Khadga Prasad Sharma Oli, que regressou ao poder em julho após dois mandatos como primeiro-ministro, aterrou em Pequim na segunda-feira à noite, de acordo com imagens transmitidas pela televisão estatal CCTV.
Durante a sua estadia de quatro dias, Oli deve encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang, proferir um discurso na prestigiada Universidade de Pequim e participar num fórum económico bilateral.
O objetivo destes intercâmbios é "reforçar a amizade de longa data" entre os dois países, nomeadamente no que diz respeito à Iniciativa Faixa e Rota, segundo uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Lançada por Pequim em 2013, a Faixa e Rota tem como objetivo criar novas vias comerciais entre a China e o resto do mundo, através da construção de infraestruturas, incluindo portos, autoestradas ou linhas ferroviárias.
As discussões entre os dois líderes centrar-se-ão em acordos de investimento anteriores, em particular o aeroporto recentemente concluído na cidade turística central de Pokhara, segundo as autoridades nepalesas.
A escolha da China para a sua primeira viagem ao estrangeiro deveu-se à ausência de um convite oficial de Nova Deli, apontou a imprensa nepalesa.
O Nepal, situado entre a China e a Índia, procura manter um equilíbrio entre estas duas potências vizinhas.
Khadga Prasad Sharma Oli, um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Nepal - Marxista-Leninista Unificado (CPN-UML), tem procurado frequentemente Pequim para reduzir a dependência histórica de Katmandu em relação a Nova Deli.
A Índia foi responsável por 65% do comércio externo do Nepal no ano fiscal de 2023-2024, em comparação com 15% para a vizinha China, de acordo com dados oficiais.
O investimento indiano no Nepal, que atingiu mais de 714 milhões de euros no ano passado, também ultrapassou o investimento chinês (238 milhões de euros no ano passado), de acordo com o Banco Central do Nepal.
Mas a China e o Nepal aprofundaram a sua cooperação nos últimos anos, e as empresas chinesas dominam agora certas áreas do mercado nepalês, como os veículos elétricos (70%).
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