Os rebeldes "cercaram Hama por três lados e estão agora a uma distância de três a quatro quilómetros da cidade, depois de violentos confrontos com as forças governamentais que têm agora apenas uma saída em direção a Homs, a sul", acrescentou esta organização não-governamental (ONG) sediada no Reino Unido.
O Exército sírio tinha lançado hoje uma contraofensiva para fazer recuar os rebeldes.
Depois de tomarem dezenas de localidades e a maior parte de Alepo, a segunda cidade da Síria, os rebeldes chegaram terça-feira, segundo esta ONG, "às portas" de Hama, uma cidade estratégica para o exército porque a sua protecção é essencial para a da capital Damasco.
Depois de lançarem uma contraofensiva na terça-feira "depois da meia-noite", apoiada pela aviação, as forças governamentais "garantiram a entrada nordeste de Hama" e assumiram o controlo de várias aldeias, referiu também o OSDH, que relatou combates noutros pontos da província.
As forças governamentais enviaram "grandes comboios militares" para Hama e arredores nas últimas 24 horas, acrescentou a ONG sediada no Reino Unido, que tem uma extensa rede de fontes na Síria.
Os "combates ferozes" opuseram o exército, apoiado por aviões sírios e russos, aos rebeldes no norte da província de Hama, segundo uma fonte militar citada pela agência oficial Sana.
A agência alemã DPA anunciou a morte de um dos seus fotógrafos, Anas Alkharboutli, morto num ataque aéreo perto de Hama.
Hama foi palco de um massacre em 1982 pelo exército sob o governo do pai do presidente Bashar al-Assad, que reprimia uma insurgência da Irmandade Muçulmana.
Foi também nesta cidade que tiveram lugar algumas das maiores manifestações no início da revolta pró-democracia de 2011, cuja repressão desencadeou a guerra civil.
Mais de 115.000 pessoas viram-se obrigadas a deslocar-se devido aos combates no norte da Síria, onde rebeldes liderados por islamitas estão a realizar uma grande ofensiva, indicou o coordenador regional adjunto da ONU para a Síria, David Carden.
Mais de 700 pessoas foram mortas, entre as quais 110 civis, durante uma semana de ofensiva da aliança islamita Organização de Libertação do Levante e de outras fações da oposição apoiadas pela Turquia no noroeste da Síria, informou hoje o OSDH.
Fações insurgentes islamitas lançaram uma vasta ofensiva militar no noroeste da Síria a 27 de novembro.
A aliança, liderada pela Organização de Libertação do Levante, uma antiga afiliada da Al-Qaida na Síria, e composta também por fações pró-turcas, alcançou desde então o controlo total da cidade de Idlib e da maior parte de Alepo, a segunda maior cidade síria, depois de Damasco, e continua o seu avanço em direção a Hama, cerca de 210 quilómetros a norte da capital.
Estes confrontos são os primeiros desta envergadura desde há vários anos na Síria, onde as hostilidades tinham globalmente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra civil que começou no país em 2011.
Leia Também: Rebeldes sírios cercam cidade de Hama, fundamental para defender Damasco