Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan denunciou o "envio intensivo" de aviões e navios de guerra para assediar a ilha.
A mesma nota considerou que as ações das Forças Armadas chinesas "minam a paz e a estabilidade no Estreito [de Taiwan], aumentam injustificadamente as tensões na região e perturbam o comércio e a navegação internacionais".
Segundo Taipé, o destacamento do Exército chinês, que não foi anunciado por Pequim, envolve mais de 70 aviões e navios chineses, dispostos nas proximidades de Taiwan e ao longo da primeira cadeia de ilhas, um conceito estratégico que normalmente se refere à linha que vai das ilhas Kuril, passando pelo Japão, Taiwan e Filipinas.
"As ações de provocação da China contra o nosso país e outros países da região violam claramente a Carta das Nações Unidas, que proíbe qualquer nação de utilizar a força ou ameaças para infringir a soberania territorial de outro país", lê-se no comunicado do ministério.
Taipé exortou Pequim a "pôr imediatamente termo a estas violações do direito internacional e a assumir as responsabilidades de uma potência responsável".
A declaração foi feita pouco depois de o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan ter relatado um aumento da atividade militar chinesa em torno da ilha, detetando um total de 53 aviões chineses, 11 navios de guerra e oito "navios oficiais", nas últimas 24 horas.
Nos últimos dias, a China tem estado em silêncio face ao que Taipé descreve como uma demonstração de poder militar, com vários navios da marinha e da guarda costeira chinesas a navegar numa área de aproximadamente mil quilómetros, que se estende de Xangai (leste) à província de Fujian (sudeste).
O destacamento naval surge poucos dias depois de o presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, ter concluído uma digressão pelo Pacífico Sul com visitas aos três aliados de Taiwan na região - as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau - e escalas nos territórios norte-americanos do Havai e Guam, o que irritou a China.
Na sequência da tomada de posse de Lai, em 20 de maio, Pequim intensificou as suas atividades militares em torno de Taiwan: mais de 3.400 aviões militares chineses sobrevoaram Taiwan desde então, dos quais 2.366 atravessaram a linha divisória do Estreito ou violaram a autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ, na sigla em inglês) de Taiwan, mais 38% do que em todo o ano de 2023, de acordo com os últimos dados do ministério.
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