RSF estima que morreram pelo menos 155 jornalistas em Gaza em 14 meses 

Mais de 155 jornalistas morreram na cobertura do conflito na Faixa de Gaza, estima a organização Repórteres Sem Fronteiras, que apresentou várias queixas contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI), revelou hoje. 

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© Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

Lusa
12/12/2024 09:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

A organização considera, no seu balanço anual de 2024, que a morte destes jornalistas desde outubro de 2023 em Gaza e no Líbano "um massacre sem precedentes". 

 

A RSF afirma ter provas suficientes de que pelo menos 40 deles foram visados deliberadamente, tendo avançado com quatro queixas ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra cometidos pelo exército israelita contra jornalistas.

Segundo a organização, muitos destes repórteres estavam claramente identificados como jornalistas, mas foram abatidos ou mortos em ataques israelitas, situação agravada pelo bloqueio à entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza.

"Apelamos ao procurador do TPI para que examine e atue sobre estas queixas com caráter de prioridade e urgência. Sem os jornalistas de Gaza, perderemos o acesso à informação sobre a situação em Gaza", disse o Diretor de Advocacia e Assistência da RSF, Antoine Bernard.

Só este ano, estima, pelo menos 16 jornalistas morreram na Palestina e dois no Líbano durante o exercício da sua profissão, num total de 54 jornalistas mortos em 17 países em 2024. 

"Isto torna a Palestina é a zona mais perigosa para os jornalistas, registando um número de mortos superior ao de qualquer outro país ou território nos últimos cinco anos", frisa o documento publicado hoje. 

Este ano, o número de jornalistas mortos em zonas de conflito, nomeadamente no Médio Oriente, Iraque, Sudão, Myanmar e Ucrânia, atingiu um recorde desde 2020. 

Outros países com um número elevado de homicídio de jornalistas em serviço foram o Paquistão (7), Bangladesh (5) e México (5) devido a instabilidade política, protestos ou crime organizado, mais do que na Ucrânia (2).

O mesmo balanço do RSF estima que 550 jornalistas estão detidos, com destaque para a China (214), Myanmar (61), Israel (41), Bielorrússia (40), Rússia (38) e Vietname (38).

Outros 55 jornalistas estão retidos como reféns, 25 pelo Estado Islâmico, 17 por grupos rebeldes sírios, incluindo seis pelo grupo Hayat Tahrir al-Cham, considerado responsável pela queda do regime de Bashar Al-Assad nos últimos dias. 

A RSF contabilizou ainda 95 jornalistas que continuam desaparecidos em 2024. 

Leia Também: "Há hipótese de um novo acordo" de libertação de reféns, diz Israel

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