O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, afirmou, numa reunião do ministério esta segunda-feira, que o país está a preparar-se para "múltiplos cenários", incluindo a possibilidade de um conflito com a NATO "dentro de dez anos", avançou a agência de notícias russa Interfax.
"A preparação para a guerra é indicada pelas decisões que foram tomadas na cimeira da Aliança do Atlântico Norte, realizada em julho deste ano. Isto também se reflete nos documentos doutrinários dos Estados Unidos e de outros países da NATO", afirmou Andrei Belousov.
Durante a cimeira de celebração do 75.º aniversário da NATO, em julho, a Ucrânia recebeu mais sistemas de defesa aérea, 43 mil milhões de dólares (40 mil milhões de euros) em financiamento, novos acordos bilaterais, passou a ter um representante da NATO em Kyiv e foi-lhes prometido que o caminho para a adesão é "irreversível".
Ainda na reunião desta segunda-feira, Belousov disse que a Ucrânia perdeu "quase um milhão de pessoas" desde o início da guerra. Um número muito superior aos dados fornecidos por Kyiv e pelos órgãos de comunicação social ocidentais.
O ministro russo anunciou também um projeto de criação de um ramo militar dedicado aos sistemas não tripulados, que deverá estar concluído no terceiro trimestre de 2025 - a Ucrânia já tem as Forças de Sistemas Não Tripulados desde setembro deste ano.
A reunião teve a intervenção do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que acusou o Ocidente de "empurrar a Rússia para uma linha vermelha" da qual o país não pode "continuar a recuar" e afirmou que a NATO está a aumentar a presença militar perto da fronteira russa e noutras regiões do mundo.
Leia Também: Ucrânia: EUA e aliados pedem fim de ajuda da Coreia do Norte à Rússia