"As perdas diretas de vida alcançaram as 12 mil mortes que chegaram aos hospitais, o que representa apenas 10% do casos de homicídios. Há outras estimativas de 33 mil mortos", afirmou numa conferência de imprensa em Porto Sudão (leste do país), citado pela agência EFE.
O responsável também assinalou que durante a guerra, que estalou há mais de ano e meio entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), verificaram-se mais de 870 mortes de mães por falta de um parto seguro e acesso a hospitais, além da morte de 1.121 crianças menores de um ano.
O ministro disse ainda que as estimativas das perdas de vida no setor da saúde causadas pelo conflito chegam aos 11 mil milhões de dólares [cerca de 10,5 mil milhões de euros], o que constitui 22% das perdas do setor dos serviços no país.
Haitham Mohamed Ibrahim afirmou que as estimativas se baseiam na informação disponível atualmente, já que "há alguns sítios aos quais não foi possível chegar para determinar o alcance da destruição nessas zonas".
Os dados revelam "a destruição de cerca de 250 hospitais, o que equivale a um terço dos hospitais do Sudão", e que "20 hospitais de referência estão fora de serviço".
O ministro qualificou o ocorrido no Sudão como "o maior desastre sanitário e humanitário do mundo, sem precedentes na história, e produziu-se como um ataque direto aos sistemas básicos de vida".
A guerra no Sudão, que se inicou em abril de 2023, provocou dezenas de milhares de mortos, e converteu o país no cenário da pior crise de deslocados do planeta, após mais de 14 milhões de pessoas se verem obrigadas a abandonar as suas casas, das quais mais de três milhões para outros Estados.
A guerra eclodiu em 15 de abril do ano passado devido a um desacordo entre o exército e as FAR sobre a inclusão dos paramilitares no poder após o golpe de 2021, que pôs fim à tentativa de democratização do país na sequência do derrube do antigo Presidente Omar al-Bashir, em 2019.
Leia Também: Ajuda humanitária chega à capital do Sudão pela primeira vez desde início da guerra