Hamas anuncia retomada de negociações para cessar-fogo em Gaza

O movimento islamita palestiniano Hamas anunciou que as negociações para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza com Israel serão hoje retomadas no Qatar.

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© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Lusa
03/01/2025 18:45 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Serão retomadas hoje, sexta-feira, negociações indiretas na capital do Qatar, Doha", afirmou o Hamas num comunicado.

 

Israel não reagiu até agora a esta declaração.

"Como sempre, o movimento reafirma a sua seriedade, a sua positividade e o seu empenho em chegar a um acordo o mais rapidamente possível, indo ao encontro das aspirações (...) do nosso povo (...), dando prioridade ao fim da agressão e à proteção do nosso povo contra o genocídio (...) praticado pela ocupação" israelita, sublinhou o Hamas na nota de imprensa.

Estas negociações centrar-se-ão "em garantir que o acordo conduzirá a uma cessação total das hostilidades, à retirada das forças de ocupação da Faixa de Gaza, à definição de mecanismos de aplicação e ao regresso das pessoas deslocadas às suas casas", indicou ainda.

Há mais de um ano que o Qatar está empenhado, juntamente com os Estados Unidos e o Egito, em impulsionar negociações para uma trégua e para a libertação dos reféns ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas a Israel, no dia 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

No início de dezembro, realizaram-se novas negociações em Doha, mas o Hamas e Israel voltaram a acusar-se mutuamente de as bloquear.

Apesar dos intensos esforços diplomáticos, não foi alcançada qualquer trégua desde o cessar-fogo de uma semana ocorrido no final de novembro de 2023, que permitiu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, autorizou na quinta-feira os negociadores israelitas a prosseguirem as conversações no Qatar.

A Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 07 de outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 96 dos quais continuam em cativeiro, 36 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 455.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 45.658 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 108.583 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

No final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio na Faixa de Gaza e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.

Leia Também: Hamas acusa ANP de "crime total" contra os seus membros

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