Sarkozy, que completa 70 anos no final do mês, não quis prestar quaisquer declarações à imprensa antes do início da audiência, à qual compareceu de fato escuro e gravata preta.
No breve interrogatório a que a presidente do tribunal, Nathalie Gavarino, submeteu todos os arguidos presentes, o ex-chefe do Estado francês (2007-2012) lembrou que a sua profissão atual é advogado.
Antes do início da audiência, Sarkozy conversou na sala do tribunal com vários advogados e com os outros três dos principais arguidos, os ex-ministros Claude Guéant, Brice Hortefeux e Éric Woerth, assim como com o seu irmão Guillaume.
Neste processo, que se prolongará até 10 de abril, o antigo Presidente francês é acusado de crimes que podem resultar, se condenado, numa pena de até 10 anos de prisão e em multas em torno de 375 mil euros.
A primeira audiência de hoje está a ser dedicada aos recursos que tentam anular o processo.
O ex-Presidente Sarkozy já foi condenado em outros dois processos. Num destes casos, que já teve a decisão definitiva do Supremo Tribunal, foi condenado a um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência, que poderá cumprir em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Além disso, o antigo chefe de Estado conservador foi condenado em primeira instância pelo financiamento irregular da sua fracassada campanha eleitoral presidencial de 2012 [perdeu para o socialista François Hollande], a uma pena de um ano de prisão. O julgamento do recurso já aconteceu e a decisão será conhecida ainda este ano.
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