Portugal insiste no diálogo e continua sem reconhecer reeleição de Maduro

Portugal continua sem reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro nas presidenciais da Venezuela de julho passado, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, insistindo no diálogo para alcançar uma transição democrática, quando faltam quatro dias para a posse.

Notícia

© Reuters

Lusa
06/01/2025 20:54 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Venezuela

Em declarações aos jornalistas em Lisboa, Paulo Rangel afirmou hoje que "Portugal tem apelado no quadro da União Europeia, mas também diplomaticamente, de forma muito sistemática, a que haja um processo de diálogo, dado que não reconhece os resultados eleitorais" declarados pelas autoridades venezuelanas, que atribuíram a vitória a Nicolás Maduro e contestados pela oposição, que reclama a vitória do candidato Edmundo González Urrutia.

 

O Governo português afirma que, perante a situação 'de facto' existente na Venezuela, é necessário um diálogo que "permita encontrar uma solução política para uma transição para a democracia e para o cumprimento daquela que foi a vontade do povo venezuelano".

Questionado se Portugal reconhece a vitória reivindicada pela oposição venezuelana e, consequentemente, Edmundo González como o Presidente eleito - à semelhança do que fez o Parlamento Europeu -, Paulo Rangel defendeu a necessidade de "alguma contenção" e recordou a "amplíssima comunidade portuguesa e de lusodescendentes", na ordem de meio milhão de pessoas, que vive na Venezuela.

"O Parlamento Europeu não é um Estado. São coisas diferentes. Eu compreendo muito bem a posição do Parlamento Europeu e também compreendo a posição dos Estados, muitos Estados europeus. Portanto, vamos aguardar agora a situação", comentou o também ministro de Estado.

As autoridades venezuelanas ameaçaram hoje deter Edmundo González Urrutia se "puser os pés" na Venezuela. Exilado em Espanha desde setembro, o candidato da oposição prometeu regressar ao país sul-americano para tomar posse na próxima sexta-feira, para quando está marcada a posse de Nicolás Maduro, na sequência da sua eleição para um terceiro mandato (2025-2031) à frente do país, validada pelo Supremo Tribunal, apesar das várias críticas.

Atualmente em digressão internacional, que já passou pela Argentina e Uruguai, González Urrutia teve hoje um encontro "longo e frutífero" com o Presidente cessante norte-americano, Joe Biden.

Maduro foi declarado vencedor com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral, que justificou a não publicação dos relatórios das assembleias de voto devido a alegada pirataria informática. Publicando as atas, a oposição garantiu que Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A repressão das manifestações após o anúncio da vitória de Maduro causou 28 mortos, cerca de 200 feridos e 2.400 detidos. Pelo menos três dos detidos morreram na prisão.

Leia Também: Portugal apela a Mondlane para que seja "fator de reconciliação"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas