As negociações são um esforço para chegar a um acordo orçamental numa negociação em que o FPO está a consolidar-se ainda mais como parceiro maioritário de um possível aliança, de acordo com as últimas sondagens.
"Sem dinheiro não há nada", declarou o vice-presidente da FPO e governador do estado da Alta Áustria, Manfred Haimbuchner, a propósito das conversações que terão lugar nas próximas horas entre as equipas dos respetivos dirigentes da FPO e o OVP, Herbert Kickl e Christian Stocker.
Fontes próximas da rede austríaca OE24 indicam que os primeiros resultados das negociações serão anunciados no início da próxima semana.
Segundo a Comissão Europeia, o próximo Governo terá de poupar entre 18.000 e 24.000 milhões de euros, num país que está em recessão há dois anos, onde o desemprego aumenta e o défice orçamental é atualmente de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do limite de 3% estabelecido por Bruxelas.
Embora o acordo económico continue a ser uma prioridade, o OVP também pediu ao FPO que desenvolva "o papel construtivo da Áustria na União Europeia" e a "proteção e preservação da democracia liberal e do Estado constitucional", explicou o líder no Conselho Nacional de Áustria, o Parlamento austríaco, August Woeginger, em comentários recolhidos pelo jornal austríaco 'Die Presse'.
Um novo fracasso nas negociações levaria a Áustria a novas eleições onde a extrema-direita começaria como favorita absoluta e poderia alcançar uma vitória ainda mais retumbante do que a das eleições de setembro passado.
Segundo a sondagem de Lazarsfeld para o OE24, o FPO obteria 39% dos votos, mais dez pontos percentuais do que em setembro. O OVP enfrentaria um verdadeiro desastre porque a sondagem dá-lhe apenas 17% dos votos, em comparação com os 26% alcançados nas mesmas eleições.
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