Argélia rejeita acusações de França e denuncia campanha de desinformação

A Argélia rejeitou hoje as acusações de "escalada" e "humilhação" da França, após o regresso a Paris de um influenciador argelino expulso do seu país pela França, e denunciou uma "campanha de desinformação" contra a Argélia.

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Lusa
11/01/2025 16:05 ‧ há 2 horas por Lusa

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Argélia

"A Argélia não está, de forma alguma, envolvida numa lógica de escalada, superioridade ou humilhação", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado de imprensa.

 

"A extrema-direita vingativa e odiosa, assim como os seus arautos certificados dentro do Governo francês, estão atualmente a liderar uma campanha de desinformação, e até mesmo de mistificação, contra a Argélia", acrescentou.

Na sexta-feira, o ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, disse que "a Argélia procura humilhar a França".

"Mantendo a calma (...) devemos agora avaliar todos os meios que estão à nossa disposição, face à Argélia", acrescentou.

'Doualemn', um influenciador de 59 anos, foi preso em Montpellier, no sul de França, depois de proclamar num vídeo, na rede social TikTok: "Mate-o, deixe-o sofrer", em referência a um manifestante contra o Governo do Presidente Abdelmadjid Tebboune.

O homem foi colocado num avião na tarde de quinta-feira com destino à Argélia, de onde foi devolvido a França na mesma noite, por as autoridades de Argel se recusarem a recebê-lo.

A Argélia "baniu-o do território", segundo o Ministério do Interior.

Segundo fontes citadas pela FranceInfo, 'Doualemn' continua sob prisão administrativa no departamento de Seine-et-Marne.

O Governo argelino especifica que face aos "excessos" e "violações dos direitos adquiridos" por este nacional em território francês, "a decisão argelina neste caso é motivada pela preocupação de lhe permitir responder às acusações que lhe são feitas, fazer valer os seus direitos e defender-se no âmbito de um processo judicial justo e equitativo em território francês".

Estes casos abrem uma nova frente diplomática com a Argélia, de quem a França já se distanciou precisamente por causa de outra detenção, a do escritor franco-argelino Boualem Sansal.

Este autor foi preso em meados de novembro em Argel, após regressar de França, na sequência de alguns comentários polémicos sobre a colonização.

Leia Também: França acusa Argélia de tentar humilhar país por devolver influencer deportado

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