A sua filha Marine Le Pen, que assumiu as rédeas do partido cofundado pelo pai, a Frente Nacional (FN), e uma das suas duas irmãs, Marie-Caroline, seguidas de vários familiares, percorreram as poucas centenas de metros que separam a casa da família da pequena igreja de Saint-Joseph, sob um céu azul, perante uma pequena multidão de curiosos e várias dezenas de jornalistas.
Cerca de 200 pessoas eram esperadas no interior da igreja para a cerimónia, que deveria durar uma hora e meia, enquanto uma grande presença policial era destacada para evitar quaisquer incidentes na cidade de cerca de 1.700 pessoas.
Jean-Marie le Pen será depois sepultado no jazigo onde estão sepultados os seus pais.
"É comovente para mim prestar-lhe aqui a minha última homenagem e rezar pela salvação da sua alma", declarou à agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), o antigo deputado e braço direito de Jean-Marie Le Pen, Bruno Gollnisch.
"Foi uma pessoa que marcou indiscutivelmente a minha vida; não se conformava de modo algum com a imagem que algumas pessoas querem dar dele hoje, com base em duas ou três palavras mais ou menos infelizes, que estão longe de representar o conjunto da sua obra, da sua inteligência e da sua cultura", acrescentou.
Tribuno provocador, obcecado pela imigração e pelos judeus, Le Pen chocou a classe política francesa e uma grande parte da opinião pública, em abril de 2002, ao passar à segunda volta das eleições presidenciais atrás do candidato Jacques Chirac, que acabou por ser reeleito com mais de 82% dos votos, graças a uma 'frente republicana'.
Uma outra cerimónia "religiosa e de homenagem" terá lugar a 16 de janeiro na igreja de Notre-Dame-du Val-de-Grâce, em Paris, sendo que esta cerimónia será aberta ao público.
Na terça-feira à noite, várias centenas de opositores reuniram-se em várias cidades francesas, incluindo Paris, Lyon e Rennes, para celebrar a morte deste político com cânticos, bombas de fumo e fogo de artifício, escreve ainda a AFP.
O candidato às eleições presidenciais de 2002 morreu na terça-feira num centro de saúde em Garches, nos arredores de Paris, onde estava hospitalizado há semanas, segundo a sua família.
O anúncio da sua morte gerou muitas reações políticas e algumas manifestações de alegria que reuniram cerca de um milhar de pessoas na Place de la République em Paris e várias centenas noutras cidades francesas como Lyon, onde no final da manifestação se registaram confrontos com as forças da ordem e sete detenções.
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