De acordo com a agência espanhola de notícias EFE, Plenkovic escusou-se a enviar felicitações ao Presidente reeleito e, instado pelos jornalistas, respondeu que Milanovic tinha violado a Constituição, não tinha um programa e tinha feito uma campanha "suja" e um mau primeiro mandato como Presidente.
Há anos que Plenkovic se desentende com Milanovic, que concorreu com o apoio do Partido Social-Democrata, na oposição, e de vários partidos de centro e de esquerda, tendo obtido a mais retumbante vitória de um Presidente croata desde que o país se tornou independente da Jugoslávia, em 1991.
Dragan Primorac, o candidato do HDZ, de Plenkovic, que obteve 25,4% dos votos nesta segunda e última volta das eleições, também não o felicitou.
"O povo croata decidiu e a sua decisão deve ser respeitada", declarou apenas Primorac, recordando que o seu HDZ venceu as eleições legislativas de abril passado e que o seu governo tem ainda três anos e meio para governar o país.
"Noventa e nove por cento do poder na Croácia refere-se aos poderes do governo e da maioria parlamentar e 1% é o poder do presidente", salientou.
O chefe de governo e o chefe de Estado mantiveram relações muito fracas durante os primeiros cinco anos de mandato de Milanovic.
O cargo presidencial na Croácia é essencialmente de natureza protocolar e representativa, mas também desempenha um papel na política externa do país, a par do governo, e é o chefe das forças armadas do país, que é membro da União Europeia e da NATO.
Milanovic, que foi primeiro-ministro com o SDP entre 2011 e 2016, passou, nos seus primeiros cinco anos de mandato, de posições progressistas para o desenvolvimento de uma mensagem nacionalista, eurocética e até pró-russa, especialmente em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
O seu principal trunfo nestas eleições, segundo a EFE, foi ter-se apresentado como um contrapeso ao HDZ, o partido que domina a política croata há três décadas e que está sob suspeita em vários casos de corrupção.
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