Fico desafia Zelensky para reunião após Kyiv cortar abastecimento de gás

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião, após Kyiv ter suspendido o fornecimento de gás russo através do seu território para a Europa, medida fortemente criticada por Bratislava.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
13/01/2025 16:50 ‧ há 17 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Deixe-me (...) convidá-lo para as conversações", afirmou numa carta publicada na sua conta do Facebook.

 

"A sua decisão de interromper o trânsito de gás através da Ucrânia para a Eslováquia e outros destinos causa grandes danos à própria Ucrânia, à Eslováquia e, sobretudo, à União Europeia. Provoca várias reações que não contribuem nem para as relações bilaterais nem para as relações multilaterais", afirmou.

O líder populista exclui a possibilidade de "responder" às declarações de Zelensky, numa tentativa de "não provocar um novo aumento da tensão" entre as partes.

No domingo, o chefe de Estado ucraniano acusou o primeiro-ministro eslovaco de "apostar em Moscovo", depois de Robert Fico ter afirmado na sexta-feira que estava "farto" de Volodymyr Zelensky, que disse andar "pela Europa a pedir esmola".

"O problema real é que apostou por Moscovo, não no seu próprio país, não numa Europa unida e, certamente, não no bom senso. Desde o início era uma aposta perdida", disse Zelensky na rede social X, numa referência ao chefe do Governo eslovaco.

"Quero concentrar-me totalmente na resolução da situação relacionada com a suspensão do fluxo de gás e, enquanto primeiro-ministro, tenho opiniões diferentes das vossas", afirmou hoje Fico, na mensagem.

"Acima de tudo, não acredito que a estratégia que implica o derramamento de sangue mútuo conduza ao reforço da posição da Ucrânia em eventuais negociações de paz com a Rússia. Em todas as minhas deslocações ao estrangeiro, sublinho a necessidade de pôr imediatamente termo aos combates, apoio os planos de paz existentes e sugiro a realização de negociações de paz a todos os níveis na Eslováquia", afirmou.

Por isso, apelou ao lado ucraniano para participar "ativamente" nas novas negociações.

"Estimado Presidente, a Eslováquia está a demonstrar um elevado nível de solidariedade para com os seus cidadãos que vivem na Ucrânia ou no território da Eslováquia. As negociações conjuntas entre os governos dão bons resultados e eu gostaria de continuar o diálogo construtivo baseado no respeito mútuo", afirmou.

Quanto ao local da reunião, Fico propôs que esta se realizasse em território eslovaco, perto da fronteira entre os dois países.

"A reunião criará boas condições para uma discussão aberta sobre o fornecimento de gás à Eslováquia e a outros países através do território ucraniano e possíveis soluções técnicas a este respeito, tendo em conta o termo do contrato", afirmou.

O chefe do executivo eslovaco estima que a Eslováquia poderá perder até 500 milhões de euros por ano, uma vez que não poderá fornecer gás a outros países europeus, além de perder mil milhões de euros devido ao aumento do preço do gás, o que obrigaria o conjunto dos países da União Europeia a ter de investir cerca de 70 mil milhões de euros.

Na semana passada, o líder eslovaco aumentou a pressão sobre a Comissão Europeia para encontrar uma solução alternativa para a interrupção do fornecimento de gás e voltou a ameaçar Kiev com medidas de retaliação, incluindo a redução do fornecimento de eletricidade e do apoio aos ucranianos que vivem na Eslováquia.

Entretanto, a Comissão Europeia informou que ambas as partes concordaram em criar um grupo de trabalho de alto nível para acompanhar a situação e identificar a forma como a UE pode ajudar.

Contrariamente à opinião de Kiev, que vê o encerramento do gasoduto como "uma das maiores derrotas para Moscovo", Fico avisou que a decisão terá um impacto negativo maior do lado da UE do que do lado do Kremlin, especialmente na Eslováquia, Hungria e República Checa.

Leia Também: Ucrânia diz que forças russas contornam Pokrovsk para isolar a região

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