Senado dos EUA começa a ouvir escolhidos de Trump para nova administração

Os escolhidos por Donald Trump para integrar a sua nova administração, como o polémico Pete Hegseth para o Pentágono e o senador Marco Rubio como secretário de Estado, enfrentarão a partir desta semana o Senado para confirmação no cargo.

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© Carlos Barria/Reuters

Lusa
13/01/2025 20:56 ‧ há 16 horas por Lusa

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Eleições EUA

A Constituição dos Estados Unidos estabelece que o Presidente "nomeia" e o Senado "consente e designa" determinados altos funcionários norte-americanos, tais como membros do Governo e embaixadores.

 

Cada um dos indicados deve receber o apoio da maioria simples dos senadores. Antes disso, devem comparecer pessoalmente perante as comissões relevantes -- como o Comité Judicial no caso do procurador-geral -- e responder a perguntas sobre os seus objetivos no cargo ou o seu historial.

Após as audiências, as comissões enviam ao plenário um relatório recomendando ou não o candidato, embora também possam não emitir qualquer relatório, o que anula a candidatura.

O Partido Republicano, ao qual Trump pertence, tem maioria em ambas as Câmaras do Congresso. No Senado, os republicanos têm 53 dos 100 assentos, o que significa que até três deserções poderiam ser permitidas para aprovar os indicados.

Embora a maioria dos candidatos deva ser aprovada, alguns enfrentam polémicas que podem complicar a sua confirmação. Se algum candidato for rejeitado, será a quarta vez na história do país que o Senado nega a aprovação a um candidato presidencial.

Um dos indicados mais polémicos é Peter Hegseth, comentador da rede conservadora Fox e escolhido por Trump para secretário de Defesa, que comparecerá na terça-feira em audiência.

O ex-apresentador e veterano operacional da Guarda Nacional do Exército comparecerá perante o Comité de Serviços Armados do Senado após semanas de reuniões durante as quais alguns senadores questionaram a sua aptidão para a função enquanto enfrenta alegações de consumo excessivo de álcool, abuso sexual ou má gestão financeira de um grupo sem fins lucrativos.

Em 2017, foi denunciado por uma mulher que alegou ter sido abusada sexualmente. O caso não foi a julgamento porque, segundo disseram os seus advogados ao The Washington Post, Hegseth pagou pelo silêncio da denunciante para proteger o seu emprego.

Veterano do Iraque e do Afeganistão, Hegseth é conhecido por defender políticas radicais, como a militarização da fronteira com o México e restrições a mulheres e pessoas transexuais no exército norte-americano.

Outra figura de destaque que será avaliada em audiência na quarta-feira é Pam Bondi, ex-procuradora-geral da Florida (2011-2019), proposta como procuradora-geral dos Estados Unidos.

Quando anunciou a nomeação de Pam Bondi, Trump elogiou-a por ser "muito dura com os criminosos violentos" e por tornar "as ruas seguras para as famílias da Florida".

De acordo com o jornal Axios, a nomeação de Bondi colocaria à frente do Departamento de Justiça uma apoiante confessa de Trump, Presidente eleito que tem ameaçado perseguir os seus inimigos políticos.

Como candidata a procuradora-geral, cargo em que Trump procurava alguém em quem pudesse confiar totalmente, Bondi substitui o ex-congressista republicano Matt Gaetz, que retirou a candidatura após ressurgirem acusações de uso de drogas e relacionamento sexual com menores.

Outra figura importante que será submetida ao exame do Senado na quarta-feira será Marco Rubio, senador pela Florida desde 2011 e considerado um "falcão" na política externa com posições a favor de uma linha dura com a China e o Irão e sanções a Cuba, Venezuela e Nicarágua.

Se obtiver a confirmação do Senado, o que se espera ser quase certo, Rubio tornar-se-á o primeiro latino a ser o mais alto representante da diplomacia norte-americana.

Nascido em Miami e de origem cubana, Rubio foi um dos rivais de Trump nas primárias de 2016 para a nomeação presidencial republicana. No entanto, logo se tornou um dos seus conselheiros mais próximos, especialmente na política para a América Latina durante o primeiro mandato do magnata (2017-2021).

Outra audiência que promete ser polémica, também na quarta-feira, será a da governadora do Dakota do Sul, Kristi Noem, que Trump chegou a considerar para sua vice-presidente mas que caiu em desgraça após revelar num livro que matou a tiro o seu cão de caça de 14 meses por ser considerado "impossível de treinar".

Kristi Noem é a escolha de Trump para secretária do Departamento de Segurança Interna, onde desempenharia um papel crucial na implementação da agenda de imigração de Trump.

Serão também considerados pelo Senado esta semana os nomeados para o cargo de secretário dos Assuntos dos Veteranos, Doug Collins; secretário do Interior, Doug Burgum; e o secretário dos Transportes, Sean Duffy.

As audiências começam a pouco menos de uma semana de Trump tomar posse pela segunda vez como Presidente dos Estados Unidos.

Contudo, algumas das audiências com potencial para serem mais contenciosas ainda estão por vir e as datas não foram definidas, como é o caso de Robert F. Kennedy Jr para secretário de Saúde; de Kash Patel --- que ajudou a alavancar as mentiras eleitorais de Trump em 2020 --- para diretor do FBI; ou de Linda McMahon como secretária de Educação, após ter sido acusada de ser cúmplice no aliciamento e exploração sexual de crianças.

Leia Também: Biden afirma ter "lançado as bases" para Trump "proteger" Ucrânia

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