Israel avisa que novo poder em Damasco deve ser julgado pelas suas ações

A diplomacia israelita avisou hoje que as novas autoridades sírias "devem ser julgadas pelas suas ações e não pelas suas declarações", acusando o poder em Damasco de ser dominado por islamitas que ignoram as minorias do país.

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© ANDREAS SOLARO/AFP via Getty Images

Lusa
14/01/2025 20:38 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Em comunicado durante a visita oficial a Itália do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, o seu gabinete observou que, "até agora, as nomeações governamentais, militares e de segurança não têm representação minoritária" da Síria e "são dominadas por islamistas", referindo-se aos rebeldes da Organização de Libertação do Levante, Hayat Tahrir al-Sham, HTS).

 

A diplomacia israelita comentou, por outro lado, que acolheu "declarações que indicam que a Síria não tem intenção de prosseguir o conflito com Israel", numa altura em que as forças israelitas ocuparam território dentro do país, após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro.

A presença israelita em território sírio para lá da fronteira partilhada e da zona desmilitariza é motivo de preocupação para os países árabes e parceiros internacionais que participaram no domingo numa reunião sobre a Síria em Riade, com foco nas sanções contra Damasco, que pendiam sobre o regime de Assad e continuam em vigor.

Há pouco mais de um mês, após a queda do ditador sírio no seguimento de um golpe de uma coligação de grupos armados rebeldes, liderada pelo HTS, Israel posicionou as suas tropas no lado sírio do Monte Hermon e ultrapassou a zona-tampão desmilitarizada junto dos Montes Golã.

Os sírios protestaram contra o reforço de tropas israelitas e instaram a comunidade internacional a travar o seu avanço no seu território, referindo que Israel ainda ocupa os Montes Golã, que anexou após a guerra de 1967.

Na quarta-feira, o Governo de transição sírio solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que interrompa a "ingerência estrangeira" no país e que "os atores externos não procurem os seus próprios benefícios contra os interesses do povo sírio".

O embaixador sírio em Nova Iorque, Koussay Aldahhak, dedicou a maior parte do seu discurso a apelar a todos os atores externos para que cessassem a interferência no seu país, citando pelo nome apenas um dos estados que interferiram nos assuntos sírios: Israel.

No entanto, também o norte do país continua em conflito, protagonizado por forças apoiadas pela Turquia e grupos armados curdos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a presença de soldados israelitas na Síria constitui uma violação do acordo territorial assinado em 1974.

Leia Também: Novo líder da Síria acredita no regresso de 14 milhões de refugiados

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