A criação da agência é uma das medidas adotadas por Justin Trudeau face à iminente chegada à Casa Branca de Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 25% às importações canadianas.
O Governo canadiano e os líderes empresariais alertaram que as tarifas iriam desencadear uma grave crise económica, com centenas de milhares de empregos perdidos no país.
O Conselho de Relações Canadá-EUA é composto por 18 membros, incluindo o conservador Jean Charest, antigo primeiro-ministro do Quebeque, a social-democrata Rachel Notley, ex-primeira-ministra de Alberta, Lana Payne, presidente do sindicato Unifor e Flavio Volpe, presidente da Associação dos Fabricantes de Componentes Automóveis.
A criação do conselho acontece um dia depois de Trudeau se ter reunido em Otava com os chefes de governo das 10 províncias do país para tentar unificar a resposta do Canadá às tarifas anunciadas.
Embora nove das 10 províncias tenham assinado a declaração final após a reunião, a líder conservadora de Alberta, Danielle Smith, recusou-se a oferecer o seu apoio.
Smith, que se encontrou com Trump nos Estados Unidos no sábado e confirmou a sua presença em Washington em 20 de janeiro para a cerimónia de tomada de posse do líder republicano, explicou a sua decisão opondo-se à capacidade do Canadá de impor um embargo petrolífero aos EUA.
Na quarta-feira, Trudeau disse que não rejeitaria qualquer medida, incluindo um embargo petrolífero, em retaliação às tarifas de Trump.
Alberta é o maior produtor de petróleo do Canadá e os EUA são o único cliente internacional do crude canadiano.
A província é a fonte de 83% do petróleo do país, sendo o quarto maior produtor de petróleo do mundo, produzindo 5,3 milhões de barris de crude por dia até 2024.
Noventa e sete por cento das exportações de petróleo do Canadá vão para os Estados Unidos.
Mesmo antes de assumir o cargo, na próxima segunda-feira, o magnata republicano já está a abalar a ordem internacional ao desafiar vários aliados dos Estados Unidos.
Já ameaçou anexar o Canadá e a Gronelândia - um território autónomo da Dinamarca -, mas também o Canal do Panamá, cujo controlo foi cedido pelos Estados Unidos há duas décadas.
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