Hamas alerta para risco de reféns serem alvo de nova ofensiva israelita

O Hamas manifestou esta sexta-feira "grande incredulidade" perante as declarações de altos responsáveis israelitas que apelam ao "reinício da guerra" na Faixa de Gaza e alertou para o risco que tal representaria para os reféns que ainda tem presos.

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© MOHAMMED HUWAIS/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2025 12:09 ‧ há 7 horas por Lusa

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Médio Oriente

A posição do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) é manifestada após a entrada em vigor, a 19 deste mês, de um cessar-fogo no enclave que inclui a libertação dos reféns israelitas e a libertação dos prisioneiros palestinianos.

 

Numa carta enviada aos familiares dos reféns, divulgada pelo diário palestiniano Filastin, o gabinete do Hamas para os Mártires, Prisioneiros e Feridos sublinhou que as declarações surgem "numa altura em que decorrem os preparativos para a libertação de um segundo grupo de israelitas detidos na Faixa de Gaza".

"O Hamas e a resistência palestiniana demonstraram um firme empenho em preservar a vida dos reféns israelitas e em assegurar a satisfação das suas necessidades básicas, apesar do genocídio, da fome e dos ataques sofridos pelo nosso povo", declarou o grupo islamita.

O Hamas insistiu na ideia de que está "profundamente empenhado" em fazer a sua parte na libertação dos reféns "de uma forma civilizada e humana", "ao contrário do tratamento sofrido pelos detidos palestinianos". Paralelamente, alertou para o "enorme perigo" que representam as declarações de altos funcionários israelitas.

"Enviamos esta mensagem num momento de grande complexidade e dor para todos", disse o Hamas, sublinhando que tais declarações 'representam uma ameaça iminente para todos'. 

A declaração foi feita depois de o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, ter apelado na terça-feira ao próximo chefe do exército para estar "pronto para retomar a guerra até que a vitória total seja alcançada", após o atual chefe das Forças Armadas, Herzi Halevi, ter anunciado que se demitiria em 06 de março devido a falhas de segurança relacionadas com os ataques de 07 de outubro de 2023.

Nahed al-Fajuri, um membro sénior do Hamas, disse a 20 deste mês que a segunda fase da libertação de reféns teria lugar no sábado, quando quatro mulheres que descreveu como "militares" seriam libertadas. 

"O acordo sobre o próximo grupo na primeira fase do acordo estipula que cada soldado da ocupação será libertado em troca de 30 prisioneiros palestinianos que cumprem penas perpétuas e 20 que cumprem penas longas", disse.

Após a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou três mulheres raptadas durante os ataques de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e permitiram o sequestro de cerca de 250 pessoas, segundo Telavive.

Subsequentemente, Israel libertou 90 prisioneiros palestinianos, numa troca que representa o início de seis semanas de trocas faseadas envolvendo um total de 33 reféns israelitas e mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.

Este processo faz parte da primeira fase de um acordo de cessar-fogo para Gaza, acordado após mais de 15 meses de ofensiva israelita contra o enclave em resposta aos ataques. 

As autoridades de Gaza, controladas pelo grupo islamita, referiram que os ataques israelitas provocaram a morte a cerca de 47.300 palestinianos, na maioria mulheres e crianças, além de cerca de 850 na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Leia Também: Mais dois mortos em Gaza apesar do cessar-fogo

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