A Amnistia Internacional apela às autoridades bielorrussas para que ponham imediatamente termo à repressão brutal contra qualquer dissidência e que esteja a privar a população do país da liberdade de expressão, antes das eleições presidenciais do próximo domingo, refere um comunicado da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos.
De acordo com Marie Struthers, diretora da AI para a Europa Oriental e Ásia Central, "desde as eleições presidenciais de 2020, a já profunda crise dos direitos humanos na Bielorrússia foi ainda mais exacerbada".
"Ao levar a cabo uma campanha brutal contra qualquer dissidência, as autoridades criaram um clima de medo paralisante, silenciando qualquer pessoa que desafie o governo", acrescentou.
Para a AI, "é vergonhoso que a comunidade internacional tenha permitido que a crise dos direitos humanos na Bielorrússia passasse para segundo plano".
"Enquanto as atenções se centram noutras questões, milhares de pessoas na Bielorrússia continuam a ser presas, torturadas ou silenciadas simplesmente por expressarem as suas opiniões", denunciou.
A ONG apelou aos governos e às organizações mundiais para que atuem imediatamente para pôr termo à crise bielorrussa e responsabilizar as autoridades bielorrussas.
A Bielorrússia acusou esta semana o Parlamento Europeu (PE) de interferência por ter condenado antecipadamente as eleições presidenciais de 26 de janeiro.
Os bielorrussos começaram a votar antecipadamente nas eleições presidenciais, nas quais Lukashenko, no poder desde 1994, é candidato à reeleição.
Cerca de sete milhões de bielorrussos são chamados às urnas para escolher o chefe de Estado de entre cinco candidatos, dos quais apenas uma, Hanna Kanapatskaya, pode ser considerada crítica das atuais autoridades.
As sondagens oficiais indicam que 82,5% dos bielorrussos estão dispostos a votar em Lukashenko, aliado do Presidente russo, Vladimir Putin.
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