Moçambique admite necessidade de reformas face às "pressões sociais"

O coordenador executivo do Gabinete de Coordenação de Reformas e Projetos Estratégicos, João Machatine, admitiu hoje, após tomar posse, a necessidade de reformas estatais em Moçambique, face às "pressões sociais", para conferir dignidade à vida dos cidadãos.

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Lusa
10/02/2025 15:43 ‧ há 10 horas por Lusa

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Moçambique

"Basta ver as próprias manifestações. Está claro que é importante ir [ao] encontro com aquilo que o mundo hoje é (...). Temos que introduzir reformas no sentido de ajustarmo-nos a estas realidades, a estas pressões sociais, para que as pessoas, de facto, vivam de uma forma digna", admitiu João Machatine, em declarações à comunicação social, após tomar posse.

 

O responsável afirmou que o gabinete que vai dirigir é de grande importância estratégica na assessoria ao Presidente da República para uma provável renegociação de contratos dos megaprojetos, indicando que o objetivo é aliar os recursos naturais e minerais com a força humana para assegurar o desenvolvimento de Moçambique.

"Estas reformas terão como corolário a atração de investimentos. Nós queremos fazer de Moçambique um espaço aprazível para se investir, para que, com base nesses investimentos, possamos catapultar a almejada independência económica", disse João Machatine, apontando que reformas resultam de novas "dinâmicas" sociais.

Machatine prometeu aconselhar o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, a introduzir amplas reformas sociais e económicas visando conferir dignidade aos jovens, sobretudo das zonas rurais.

"Desde a reforma mais ínfima que tem a ver com como é que o pacato cidadão deve pagar a sua fatura de água até à renegociação de contratos, passando pela questão dos Bilhetes de Identidade. Portanto, não podemos olhar só a questão dos megaprojetos, devemos olhar também aquilo que impacta no dia-a-dia do cidadão pacato", disse Machatine.

Antes de assumir este cargo, entre outras funções, João Machatine foi ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos entre 2018 e 2022, durante a governação do ex-Presidente da República Filipe Nyusi.

No ato de posse, o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, pediu ao coordenador executivo do Gabinete de Coordenação de Reformas e Projetos Estratégicos ações e parcerias para acelerar o desenvolvimento económico e social do país.

"Este gabinete deve ser um catalisador de mudanças profundas na nossa economia e na sociedade. Precisamos de mudar a atual realidade, arraigada na herança colonial, em que a nossa economia continua centrada na exportação de matérias-primas e nos corredores logísticos", disse Chapo.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

Leia Também: Insegurança alimentar atinge cerca 99 mil pessoas no centro de Moçambique

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