Guerra na Ucrânia. "Tortura praticada de forma organizada e sistemática"

A relatora da ONU contra a tortura, Alice Jill Edwards, exigiu hoje que Moscovo preste imediatamente cuidados médicos aos civis ucranianos da Crimeia que se encontram detidos na Rússia.

Notícia

© Kirill Chubotin / Ukrinform/Future Publishing via Getty Images

Lusa
10/02/2025 17:44 ‧ há 10 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Num comunicado, a especialista adiantou ter estudado em pormenor "oito casos entre as centenas de ucranianos da Crimeia detidos pela Rússia".

 

Os oito "sofrem de problemas médicos graves", alguns dos quais com risco de vida, devido à tortura e às más condições de detenção, denunciou a relatora.

"É necessária uma ação urgente" para os proteger, afirmou Alice Jill Edwards, que está mandatada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, mas não fala em nome da organização internacional.

No ano passado, esta especialista denunciou que as forças armadas russas e os seus auxiliares estavam a utilizar sistematicamente a tortura nos territórios ocupados da Ucrânia, um método que se tinha tornado uma "política deliberada".

"A tortura continua a ser praticada de forma organizada e sistemática", afirmou a perita da ONU, apelando à Rússia para que "ponha fim a estes abusos sem mais demoras".

Alice Jill Edwards analisou o caso concreto de Emir Ousseïn-Koukou, um defensor dos direitos humanos que denunciou em 2024 a repressão contra os tártaros da Crimeia.

Ousseïn-Koukou, que ainda se encontra detido na Rússia, terá sido "espancado" pelos serviços de segurança russos (FSB), "o que lhe provocou uma lesão na coluna vertebral em 2015", de acordo com a especialista.

Emir Ousseïn-Koukou foi condenado no final de 2019, juntamente com outros cinco tártaros, por "terrorismo", por ter fundado uma célula do movimento islâmico radical Hizb ut-Tahrir na Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

Muitos tártaros da Crimeia, uma comunidade muçulmana, opuseram-se a esta anexação e foram presos desde então.

Entre as centenas de civis da Crimeia privados de liberdade, muitos "terão sido detidos por razões políticas e alguns foram injustamente acusados de crimes relacionados com o terrorismo", segundo a relatora da ONU.

"Muitos foram transferidos ilegalmente para fora do território e detidos na Federação Russa, longe das suas famílias e advogados", concluiu.

Leia Também: Embaixador russo diz que soldados feridos são tratados na Coreia do Norte

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas