O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu este sábado que a Europa tem de "levar a sério" o risco de uma nova guerra e construir um "exército comum" para que as "decisões sobre a Europa sejam tomadas na Europa".
"Acredito na Europa e exorto-vos a agir para o vosso próprio bem, para as vossas nações, as vossas casas, os vossos filhos, para o nosso futuro comum. Precisamos de confiança na nossa própria força para que os outros respeitem o poder europeu", afirmou Zelensky na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
Segundo Zelensky, dar esse passo "não é mais difícil" do que aquilo que têm feito os ucranianos para enfrentar a Rússia.
"Não se trata apenas de aumentar as despesas com a defesa. O dinheiro é necessário, mas o dinheiro por si só não impede um ataque inimigo", disse o presidente ucraniano, insistindo que "não se trata de orçamentos", mas da "defesa do país".
E prosseguiu: "Se não o fizermos, quem é que os pode parar? Sejamos francos: hoje não podemos excluir a possibilidade de os Estados Unidos dizerem 'não' à Europa em questões que a ameaçam."
O ucraniano sublinhou que pretende uma "segurança garantida" e avisou que a Ucrânia tem "poucas hipóteses" de sobreviver à guerra contra a Rússia sem o apoio militar dos Estados Unidos.
"Nas situações difíceis temos uma hipótese, mas teremos poucas hipóteses de sobreviver sem o apoio dos Estados Unidos", afirmou o presidente ucraniano.
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