A organização não-governamental, que documenta crimes de guerra para levar os autores à justiça, partilhou as fotos do norte de Gaza publicadas pelos soldados, incluindo imagens com prisioneiros palestinianos vendados.
"Ontem (terça-feira), dois soldados israelitas desembarcaram em Amesterdão. Um deles é um criminoso de guerra. Os nossos advogados trabalharam discretamente contra ele. No entanto, depois de algumas contas 'online' proeminentes terem começado a marcar-nos nas suas fotos, os israelitas foram alertados e retirados imediatamente dos Países Baixos", explicou a HRF, com sede na Bélgica.
Esta fundação apresentou já queixas contra dezenas de soldados israelitas em vários países, aproveitando o facto de se encontrarem em viagem, utilizando mensagens colocadas pelos próprios militares nas redes sociais, apresentadas como provas de alegados crimes.
Israel exigiu que os seus soldados não mostrassem o rosto ou dessem o nome nos meios de comunicação ou surgissem relacionados com operações.
No mês passado, o Brasil iniciou uma investigação contra um soldado israelita que estava de férias no país depois da HRF ter exposto o caso.
O soldado também regressou a Israel antes que as autoridades brasileiras pudessem prendê-lo.
A ONG também apresentou em janeiro uma queixa na cidade espanhola de Barcelona, ao abrigo do direito espanhol e internacional, contra o soldado israelita Mori Keisar, da Brigada Givati, por alegado genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade entre janeiro e março de 2024 durante a guerra israelita contra Gaza.
Keisar foi acusado de usar uma casa civil em Gaza para fins militares, usar um lançador de granadas para atacar uma escola da ONU em Gaza, demolir controladamente duas casas civis em Khan Younis ou disparar indiscriminados contra casas de civis enquanto era aplaudido por colegas soldados.
Esta ONG deve o seu nome à menina palestiniana Hind Rajab, de seis anos, que morreu em Gaza depois de o exército israelita ter assassinado toda a sua família no carro em que viajavam e também ter matado os profissionais de saúde que tinham vindo tentar salvar a sua vida.
A HRF baseia o trabalho no princípio da justiça universal, que estabelece que existem crimes tão graves que qualquer país tem autoridade para levar os perpetradores à justiça.
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