A data da visita ainda não foi definida, mas os dois chefes de Estado "concordaram com a necessidade urgente de um processo de paz inclusivo que envolva todas as partes na procura de uma solução para o conflito", acrescentou Ramaphosa, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twiter).
"A África do Sul continua determinada a apoiar o processo de diálogo entre a Rússia e a Ucrânia", acrescentou o líder sul-africano depois de Rússia e Estados Unidos terem começado a discutir uma solução para o conflito na Ucrânia, sem envolver Kiev.
A África do Sul exerce atualmente a presidência do G20 e, nessa qualidade, acolhe até esta noite, em Joanesburgo, uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros, como prelúdio da primeira cimeira do G20 no continente africano agendada para novembro.
A reunião desta semana ocorreu numa altura de grande tensão com os Estados Unidos, que decidiram não estar presentes.
Washington e Pretória têm muitas divergências sobre questões como a guerra na Ucrânia, a guerra em Gaza e a recente lei sul-africana sobre expropriação de terras que foi criticada pelo Presidente Donald Trump, que cortou toda a ajuda financeira à África do Sul como retaliação.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justificou a ausência do G20 acusando o governo anfitrião de ter uma agenda "antiamericana" e de querer "usar" a cimeira para a promover pontos como a "diversidade" e as "alterações climáticas".
A conversa entre Zelensky e Ramaphosa deverá ter ocorrido quinta-feira, uma vez que o Presidente ucraniano agradeceu nas redes sociais o "apoio da África do Sul à soberania e integridade territorial da Ucrânia".
"É importante que os nossos países partilhem a mesma posição: nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", acrescentou.
O Presidente sul-africano anunciou quinta-feira ter mantido conversações bilaterais com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
Em outubro, Cyril Ramaphosa descreveu a Rússia como um "aliado querido" e um "amigo precioso".
Às questões dos media sobre as relações com Moscovo, Cyril Ramaphosa afirmou que mantém "relações com muitos países do mundo". "Parece que a Rússia é um deles, a Grã-Bretanha é outro, a França também", respondeu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano, Ronald Lomala, deverá proferir o discurso de encerramento hoje às 14:45 locais (12:45 de Lisboa) depois de reuniões bilaterais com os seus homólogos russo, chinês e alemão, de acordo com o seu porta-voz Chrispin Phiri.
Questionado sobre os laços de Pretória com a Europa, que têm sido alvo de críticas norte-americanas desde a recente tomada de posse de Donald Trump, o porta-voz limitou-se a responder a alguns meios de comunicação social: "Partilhamos valores comuns e, quando estão sob ataque, defendemo-los juntos".
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