"O processo está atualmente em curso e, se tudo correr como planeado, há uma forte possibilidade de Timor-Leste se tornar membro de pleno direito da ASEAN na cimeira da organização, em outubro ou novembro deste ano", afirmou Mohamad Hasan, num discurso na segunda-feira em Kuala Lumpur e citado pelo jornal The Star.
Segundo o jornal, o ministro disse que o país tem de cumprir 88 instrumentos para obter a adesão plena, dos quais 69 estão relacionados com o pilar económico, e que foi acordado criar uma unidade especial para "ajudar Timor-Leste a acelerar o processo".
Mohamad Hassan salientou também que muitos dos 69 instrumentos que o país precisa de cumprir já não são relevantes e que está a ser negociada a remoção daqueles requisitos desnecessários para que Timor-Leste "não tenha de passar por exigências redundantes".
"Em princípio, concordámos que, mesmo que Timor-Leste não consiga cumprir imediatamente todos estes instrumentos, permitiremos que cumpra cerca de 30%" e que depois da adesão seja concedido um período entre três a cinco anos para os cumprir gradualmente, acrescentou.
Os estados-membros da ASEAN chegaram a um acordo de princípio em novembro de 2022 para integrar Timor-Leste na organização regional, passando o país a ter estatuto de observador e a poder participar em todas as reuniões, incluindo nas cimeiras.
A Presidência e o Governo timorense decidiram apontar o ano de 2025 para a concretização da adesão plena, tendo em conta o cumprimento de um roteiro, que exige o estabelecimento de acordos e missões diplomáticas, construção de infraestruturas e preparação de recursos humanos, entre outros.
A ASEAN foi criada em 1967 pela Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas e tem como objetivo promover a cooperação entre os estados-membros para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento económico, social e cultural da região.
Integram também a ASEAN, o Brunei Darussalam, o Camboja, o Laos, o Myanmar e o Vietname.
Leia Também: Ramos-Horta no Vietname para participar em fórum da ASEAN