Republicanos do Congresso dos EUA divididos sobre cortes orçamentais

A Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA vai votar hoje uma resolução orçamental, para assegurar o financiamento do programa do Presidente Donald Trump, mas que está a dividir o Partido Republicano.

Notícia

© Reuters

Lusa
25/02/2025 17:47 ‧ 25/02/2025 por Lusa

Mundo

EUA

De um lado da bancada que apoia o Presidente estão os conservadores mais radicais que defendem uma ortodoxia orçamental e para quem qualquer nova despesa pública deve ser compensada por cortes equivalentes.

 

De outro lado do mesmo partido estão os congressistas mais moderados, que não escondem a preocupação com o risco eleitoral de cortar em certos programas públicos muito populares.

As divisões entre os republicanos estão a colocar em risco a implementação de algumas das promessas de campanha de Donald Trump, como a eliminação do imposto sobre as gorjetas.

A adoção da resolução orçamental que hoje vai ser votada abre caminho para a apreciação posterior de um projeto de lei orçamental para 2025 que inclui até 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) em cortes de impostos e um corte de dois mil milhões de dólares (cerca de 1,8 mil milhões de euros) em despesas federais.

O líder republicano da Câmara, Mike Johnson, sabe que a sua margem de manobra é muito estreita: devido à atual composição da câmara baixa do Congresso, qualquer ligeira dissidência pode dar uma vantagem à oposição do Partido Democrata.

O congressista republicano Thomas Massie já anunciou que irá votar contra a resolução.

"Se o orçamento republicano for aprovado, o défice vai piorar, não vai melhorar", justificou Massie na segunda-feira, mostrando-se preocupado com as consequências dos cortes anunciados pela Casa Branca.

A principal destas medidas diz respeito aos créditos fiscais adotados durante o primeiro mandato de Donald Trump, que expiram no final do ano e que os republicanos querem prolongar ou mesmo tornar permanentes.

De acordo com as estimativas para 2024 de um centro de estudos próximo dos democratas - Center for American Progress - tornar estes créditos fiscais de Trump permanentes custaria ao Governo federal 400 mil milhões de dólares (cerca de 380 mil milhões de euros) por ano durante os próximos dez anos.

Para compensar estes custos, os republicanos conservadores concentraram-se em cortar alguns programas de assistência pública, como o Medicaid, o seguro de saúde para milhões de norte-americanos com baixos rendimentos.

O senador democrata Chris Murphy já denunciou o desejo dos republicanos de atacar o Medicaid com uma "faca de talho".

"Isto significa lares de idosos e hospitais rurais a fechar. Tratamentos de dependência a desaparecer. E crianças muito doentes a morrer", denunciou Murphy.

Donald Trump garantiu na semana passada que os republicanos não mexeriam nestes programas de ajuda pública.

Contudo, a questão que se coloca é saber onde serão encontrados os cortes necessários, dado que a grande maioria dos congressistas --- tanto republicanos como democratas --- se opõe aos cortes no orçamento da defesa, outro importante item de despesa federal.

Se a resolução falhar na votação de hoje, os republicanos poderão apresentar uma proposta mais limitada, que já foi adotada na sexta-feira no Senado.

Leia Também: Portugal sem deportações dos EUA (e mais imigrantes norte-americanos)

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas