Uma equipa de investigadores das organizações Polar Bears International e San Diego Zoo Wildlife Alliance, do Instituto Polar Norueguês e da Universidade de Toronto analisou as gravações vídeo dos pequenos ursos a saírem das suas tocas em Svalbard, na Noruega.
Os filhotes emergem dos covis entre os meses de fevereiro e abril, quando já pesam à volta de 10 quilogramas e têm algum pelo, quase sempre acompanhados das mães.
"As imagens idílicas de filhotes de urso a sair das suas tocas são vitais para a conservação: a sobrevivência da espécie depende da sobrevivência dos filhotes, e o período na toca é o mais vulnerável das suas vidas, estimando os cientistas que menos de 50% dos espécimes chegam à idade adulta", indica a agência noticiosa espanhola EFE.
O estudo assinala a necessidade de manter intactas as zonas onde se encontram as tocas, face à expansão da atividade industrial no Ártico.
Segundo os investigadores, esta é a única maneira de garantir a sobrevivência da espécie, pois os períodos de saída da toca são necessários para que os pequenos ursos se aclimatem e se prepararem para a vida no exterior.
"Esta investigação estabelece a base científica para melhorar a proteção desta espécie ao reduzir potenciais conflitos entre as áreas de tocas dos ursos polares e a atividade humana", refere um dos seus autores, Jon Aars, do Instituto Polar Norueguês, citado pela EFE.
Os cientistas colocaram coleiras de rastreamento por GPS em fêmeas para registar a sua localização, temperatura e atividade, tendo usado estes dados para descobrir as tocas e instalar câmaras em 13 locais.
As coleiras permitiram seguir os ursos durante mais tempo e em zonas mais remotas, enquanto as câmaras forneceram informação pormenorizada sobre o comportamento materno nas tocas.
Quando nascem, por volta do Ano Novo, as crias não veem, não têm pelo e pesam apenas meio quilo, mas crescem rapidamente graças ao leite maternoco, com 31% de gordura, e quando saem da toca na primavera têm 20 vezes do seu peso à nascença.
Os filhotes começam a sair das tocas entre fevereiro e abril, dependendo de onde vivem, para espreitar o mundo em menos de um minuto ou para passeios que podem durar várias horas, praticamente sempre com as mães.
Em Svalbard, observou-se que os pequenos dependem das mães até aos 2,5 anos.
Após abandonarem a toca, os ursos polares costumam ficar nas redondezas durante uma média de 12 dias, embora tenham sido registadas diferenças entre famílias, variando entre os dois e os 31 dias.
As ursas polares constroem as tocas sob a neve em áreas remotas do Ártico e geralmente mantêm o espaço.
A Polar Bears International promoveu a declaração do Dia Internacional do Urso Polar a 27 de fevereiro para celebrar o momento em que mães e filhotes estão prestes a sair das suas tocas em todo o Ártico.
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