As conversações, que decorreram à porta fechada, duraram seis horas e meia.
No final da reunião, as delegações, cujas composições ainda não são do domínio público, saíram sem fazer declarações à imprensa, segundo a TASS, citada pela agência espanhola EFE.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, anunciou na quarta-feira que os negociadores iriam discutir o trabalho das embaixadas dos dois países.
Lavrov disse que diplomatas de alto nível e peritos se reuniriam na cidade turca para discutir os problemas que se acumularam como "consequência das atividades ilegais da anterior administração [norte-americana] para criar obstáculos artificiais às atividades da embaixada russa".
Um dos pontos importantes para Moscovo é a devolução de seis propriedades diplomáticas russas detidas nos Estados Unidos.
Em janeiro de 2016, recordou a TASS, a então administração do Presidente Barack Obama revogou a acreditação de cinco dos seis cônsules honorários da Rússia na Califórnia, Utah, Minnesota, Florida e Porto Rico.
O motivo invocado foi a "interferência das autoridades russas no trabalho dos diplomatas americanos" e das organizações não-governamentais na Rússia.
No final de 2016, após denúncias de uma alegada ingerência da Rússia na campanha eleitoral que elegeu Donald Trump, Obama anunciou sanções contra Moscovo e a expulsão de 35 diplomatas russos, designados como "oficiais dos serviços secretos russos".
Ainda segundo a TASS, foram também apreendidas duas propriedades russas em Nova Iorque e Maryland, no que Moscovo qualificou como uma violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961.
Em julho de 2017, depois de o Congresso norte-americano ter aprovado sanções mais duras contra a Rússia, Moscovo exigiu que os dois países passassem a ter o mesmo número de pessoal diplomático e técnico em serviço.
Daí resultou a redução do pessoal dos Estados Unidos em 755 pessoas, para 455.
"Nem mesmo durante a Guerra Fria se registou uma expulsão em tão grande escala", segundo a TASS.
Os problemas continuaram ao longo dos anos e, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, as relações deterioram-se e foram ordenadas expulsões de diplomatas pelas duas partes.
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