Guterres recorda sofrimento dos muçulmanos em Gaza, Sudão e Sahel

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enviou esta quinta-feira uma mensagem de "calorosos votos" aos muçulmanos que celebrarão o Ramadão e recordou o sofrimento daqueles que estão em zonas de conflito, como Gaza, Sudão ou Sahel.

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© AMANUEL SILESHI/AFP via Getty Images

Lusa
27/02/2025 17:29 ‧ há 2 horas por Lusa

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"O Ramadão incorpora os valores de compaixão, empatia e generosidade. É uma oportunidade de se reconectar com a família e a comunidade. Uma chance de lembrar os menos afortunados. A todos aqueles que passarão este tempo sagrado no meio do deslocamento e violência, desejo expressar uma mensagem especial de apoio", começou por dizer Guterres.

 

Na sua mensagem, o líder da ONU admitiu que os seus pensamentos estão com todos aqueles que "estão a sofrer, de Gaza e da região mais ampla, ao Sudão, ao Sahel e além".

Milhares de milhões de muçulmanos em todo o mundo, incluindo algumas dezenas de milhar em Portugal, deverão iniciar na sexta-feira o Ramadão (ou quando for avistada a Lua Nova), o seu mês sagrado de jejum.

Trinta dias depois, a visualização da Lua nova seguinte marcará o fim deste período durante o qual desde a puberdade os seguidores do islamismo -- exceto os muito idosos, as grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes - estão obrigados a não comer e beber entre o amanhecer e o anoitecer.

O jejum no nono mês do calendário muçulmano, baseado no ciclo lunar, é considerado um dos cinco pilares do Islão. De acordo com a tradição islâmica, foi neste mês que Deus revelou o livro sagrado desta religião, o Corão, ao profeta Maomé.

Guterres recordou que anualmente, no período do Ramadão, faz uma visita solidária e jejua com uma comunidade muçulmana ao redor do mundo.

"Essas missões lembram ao mundo a verdadeira face do Islão. E saio sempre ainda mais inspirado pela notável sensação de paz que preenche esta temporada. Neste Mês Sagrado, sejamos todos elevados por esses valores e abracemos a nossa humanidade comum para construir um mundo mais justo e pacífico para todos", concluiu o secretário-geral.

A data prevista para o final do Ramadão em 2025 é 30 de março, momento para o festival da quebra do jejum, o Eid al-Fitr, e um dia de celebração pelo cumprimento do dever, para rezar orações, passar tempo com a família e desfrutar de boa comida.

O facto de o ano lunar ser mais curto que o solar explica que a cada ano a data do Ramadão se aproxime do início do ano 10 ou 11 dias. Segundo uma notícia divulgada no 'site' da rede televisiva europeia Euronews, em 2030, o Ramadão será celebrado duas vezes, no início de janeiro e no final de dezembro.

O Islão é segunda maior religião do mundo, seguida por cerca de 25% da população mundial. Em Portugal, os muçulmanos serão "mais de 50 mil", representando os sunitas "entre 80 a 90%" dos crentes.

Leia Também: Haiti. Guterres quer reforçar papel da ONU junto da Missão Multinacional

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