"Neste momento, homens não identificados estão a tentar entrar à força na minha casa em Los Palos Grandes, Caracas. Estão a ameaçar prender os vizinhos e o vigilante", denunciou a opositora na sua conta na rede social X.
A acompanhar a denúncia a opositora publicou duas fotos onde é possível ver uma viatura com as portas abertas e quatro pessoas detrás do veículo, três homens e uma mulher.
Na mesma rede social o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que a oposição diz ter ganho as eleições de 28 de julho, alerta para a situação na casa de Maria Corina Machado.
"Atenção: Estão a tentar ocupar à força a casa de Maria Corina Machado. Atentos", lê-se na mensagem de Edmundo González Urrutia.
Por outro lado, o Comité dos Direitos Humanos do partido Vente Venezuela, liderado por Maria Corina Machado, denuncia, na mesma rede social, que o que está a acontecer faz parte da perseguição contra a opositora.
"Isto faz parte do padrão sistemático de assédio e perseguição contra ela e é uma clara violação da propriedade privada. Alertamos a comunidade internacional para esta terrível situação", denuncia na X.
A denúncia tem lugar um dia depois de Maria Corina Machado se congratular com a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump de acabar com as licenças de exportação de petróleo concedidas ao país, a partir de 01 de março.
"Este é um passo enorme que envia uma mensagem clara e firme de que [o Presidente da Venezuela, Nicolás] Maduro está em grandes apuros e que o Presidente Trump está com o povo venezuelano, com a segurança, a liberdade, a prosperidade e a paz em toda a região. Isto é muito importante", disse Maria Corina Machado.
Durante uma conversa em vídeo com Donald Trump Jr (filho de Donald Trump), divulgada na plataforma de vídeos Rumble, a líder da oposição sublinhou ser uma decisão acertada e expressou a sua gratidão ao Presidente dos EUA.
"Esta é a coisa acertada a fazer e é o momento certo para a fazer. E, tenho a certeza de que trará consequências a muito curto prazo, de que o povo venezuelano neste momento se sente seguro de que não estamos sozinhos", disse.
Maria Corina Machado encontra-se na clandestinidade desde 9 de janeiro de 2025, dia em que apareceu por última vez em público, numa manifestação para reclamar a vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Ao finalizar a manifestação a opositora denunciou que foi temporariamente detida e depois libertada pelas forças de segurança.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho de 2024, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente e recandidato, Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.
O anúncio dos resultados foi objeto de protestos nas ruas, fortemente reprimidos pelas forças de segurança, violência que resultou em 27 mortos e 192 feridos, tendo as autoridades venezuelanas detido mais de 2.400 pessoas, segundo dados oficiais.
Em 10 de janeiro de 2025, Nicolás Maduro tomou posse para um novo mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados.
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