"Agora apresentam ao público o espetáculo da auto-invasão. Não têm vergonha.", escreveu o ministro na quinta-feira, na rede social Instagram.
Cabello chamou a opositora de mentirosa.
"Mentem sempre", acrescentou o dirigente, referindo-se aos opositores do regime.
Horas antes, Machado alertou que homens não identificados estavam a tentar entrar na sua casa em Caracas.
"Neste momento, homens não identificados estão a tentar entrar à força na minha casa em Los Palos Grandes, Caracas. Estão a ameaçar prender os vizinhos e o vigilante", denunciou a opositora, na rede social X.
A acompanhar a denúncia, a opositora publicou duas fotos onde é possível ver uma viatura sem matrícula, com as portas abertas e quatro pessoas junto ao veículo, três homens e uma mulher.
Na mesma rede social, o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que a oposição diz ter ganho as eleições de 28 de julho, alerta para a situação na casa de Machado.
"Atenção: Estão a tentar ocupar à força a casa de Maria Corina Machado. Atentos", lê-se na mensagem de Urrutia.
Por outro lado, o Comité dos Direitos Humanos do partido Vente Venezuela, liderado por Machado, denunciou, na mesma rede social, que o que está a acontecer faz parte da perseguição contra a opositora.
"Isto faz parte do padrão sistemático de assédio e perseguição contra ela e é uma clara violação da propriedade privada. Alertamos a comunidade internacional para esta terrível situação", denunciou.
A denúncia teve lugar um dia depois de Machado ter elogiado a decisão do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump de acabar com as licenças de exportação de petróleo concedidas ao país, a partir de 01 de março.
"Este é um passo enorme que envia uma mensagem clara e firme de que Maduro está em grandes apuros e que o Presidente Trump está com o povo venezuelano, com a segurança, a liberdade, a prosperidade e a paz em toda a região. Isto é muito importante", disse Machado.
Durante uma conversa em vídeo com Donald Trump Jr (filho de Donald Trump), divulgada na plataforma de vídeos Rumble, a líder da oposição sublinhou ser uma decisão acertada e expressou a sua gratidão ao Presidente dos EUA.
"Esta é a coisa acertada a fazer e é o momento certo para a fazer. E, tenho a certeza de que trará consequências a muito curto prazo, de que o povo venezuelano neste momento se sente seguro de que não estamos sozinhos", disse.
Machado encontra-se na clandestinidade desde 09 de janeiro, dia em que apareceu por última vez em público, num protesto para reclamar a vitória de Urrutia nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Depois da manifestação, a opositora disse ter sido temporariamente detida e depois libertada pelas forças de segurança.
Após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma que Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
Em 10 de janeiro, Maduro tomou posse para um novo mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados.
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