Síria: 16 mortos das forças de segurança em confrontos com leais a Assad

Pelo menos 16 elementos das forças de segurança da Síria foram mortos hoje por homens armados ligados ao antigo regime do ex-Presidente Bashar al-Assad, no noroeste do país, anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Notícia

© Reuters

Lusa
06/03/2025 19:57 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

Há vários dias que decorrem combates na região de Latakia, o bastião da minoria alauita do Presidente deposto e que são os mais violentos desde a queda de regime, em dezembro passado.

 

"Dezasseis membros das forças de segurança foram mortos em ataques e emboscadas levados a cabo por homens armados leais a Assad na cidade de Jableh e arredores", segundo o OSDH, sediado em Londres e com uma vasta rede de colaboradores na Síria

Pelo menos três homens armados foram mortos em Jableh, indicou a organização não-governamental e a maioria das vítimas é proveniente do antigo bastião rebelde de Idlib, também no noroeste da Síria.

De acordo com o OSDH, os ataques de hoje foram "os mais violentos contra as novas autoridades desde a queda de Assad", que governou o país com mão de ferro durante 24 anos.

Em 2011, uma guerra civil eclodiu na Síria após a repressão de protestos antigovernamentais, dividindo o país e matando mais de 500 mil pessoas desde então e até ao colapso do regime.

"Os grupos armados que as nossas forças de segurança estão a combater na zona rural de Latakia pertenciam ao criminoso de guerra Suhayl al-Hassan, que cometeu os piores massacres contra o povo sírio", indicou um responsável de segurança desta região costeira, citado pela agência noticiosa estatal Sana.

As tensões aumentaram hoje em Beit Aana, a aldeia natal de al-Hassan, quando os habitantes impediram a detenção de uma pessoa suspeita de tráfico de armas, de acordo com o OSDH.

Segundo o Observatório, as autoridades dispararam tiros de helicóptero contra homens armados, depois de um membro das forças de defesa ter sido morto.

"Helicópteros sírios dispararam contra combatentes na aldeia de Beit Aana e nas florestas vizinhas, além de fogo de artilharia contra uma aldeia vizinha", descreveu a organização não-governamental.

A Sana informou que "homens armados dispararam contra elementos e veículos do Ministério da Defesa perto da aldeia, matando um [do lado das forças de segurança] e ferindo vários".

De acordo com a agência France Presse (AFP), os líderes alauitas, a minoria religiosa a que pertence Assad, apelaram para "manifestações pacíficas" na sexta-feira após os ataques de helicópteros contra os grupos armados.

Uma fonte do Ministério da Defesa disse à Sana que estavam a ser enviados reforços militares significativos para Jableh "para apoiar as forças de segurança e restaurar a estabilidade na região".

Desde que as novas autoridades tomaram o poder em Damasco, foram lançadas numerosas campanhas de segurança em diversas regiões contra alegados grupos armados de homens leais a Bashar al-Assad, que se exilou na Rússia.

Os residentes da região costeira assinalam regularmente atrocidades cometidas na região, que as autoridades descrevem como "incidentes isolados".

Noutro ponto do país, hoje de manhã, o OSDH já tinha elevado para 15 o número de mortos em Daraa, no sul, numa série de confrontos entre as forças de segurança das novas autoridades de Damasco e grupos ligados ao antigo regime.

O Observatório adiantou que entre os mortos estão um civil, oito elementos das forças de segurança e seis membros de uma milícia leal a al-Assad, que fugiu para a Rússia após uma ofensiva em grande escala de uma aliança de grupos jihadistas e rebeldes liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS).

A organização indicou que foram confirmadas as mortes de dois membros de um grupo liderado por Mohsen al-Hamid, um antigo agente dos serviços de informação militar de al-Assad.

Segundo o OSDH, os combates começaram após as negociações entre as partes terem falhado e de os militantes se recusarem a render-se, acrescentando que al-Hamid conseguiu escapar de onde aparentemente estava cercado, mas Damasco não comentou o assunto.

Os confrontos ocorreram na cidade de al-Sanmin, a norte de Daraa, e eclodiram no início desta semana depois de as autoridades sírias terem enviado forças para realizar uma operação de segurança contra "remanescentes" do antigo regime, informou o portal de notícias local Daraa 24.

O regime de Assad, que travava há quase 14 anos uma guerra civil com movimentos de oposição, colapsou em 08 de dezembro em resultado de uma operação militar relâmpago de uma coligação de grupos armados rebeldes, encabeçada pela HTS, cujo líder, Ahmed al-Charaa, é o atual Presidente sírio.

Leia Também: Autoridades confirmam confrontos com grupos armados em bastião de al-Assad

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas