Segundo o anúncio divulgado na rede X, o Presidente Joseph Aoun foi informado da "receção pelo Líbano de quatro prisioneiros libaneses que foram detidos pelas forças israelitas durante a última guerra, enquanto um quinto prisioneiro será entregue amanhã, quarta-feira".
Israel confirmou a libertação dos prisioneiros, como "um gesto dirigido ao novo Presidente libanês", eleito em 09 de janeiro, comentou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em comunicado.
A decisão foi tomada à margem de uma reunião em Naqoura, na fronteira entre Israel e o Líbano, entre representantes do Exército israelita e do Líbano, bem como dos mediadores do cessar-fogo, Estados Unidos e França, em vigor desde 27 de novembro, apesar de acusações de várias violações das partes desde então.
O Exército israelita anunciou hoje que eliminou vários combatentes do Hezbollah em diversos bombardeamentos, incluindo o comandante dos sistemas aéreos de uma unidade regional.
Morgan Ortagus, enviado adjunto dos Estados Unidos para o Médio Oriente, disse à estação de televisão local al-Jadeed News que os detidos libertados eram "soldados e civis".
Durante a reunião em Naqoura foi também "decidido criar três grupos de trabalho conjuntos com o objetivo de estabilizar a região, [que] se concentrarão em três tópicos: os cinco postos de controlo israelitas no sul do Líbano, as discussões sobre a Linha Azul [demarcação entre os dois países] e as áreas ainda em disputa, bem como a questão dos libaneses detidos por Israel", de acordo com a declaração israelita.
Após o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, o seu aliado Hezbollah abriu uma frente contra Israel disparando 'rockets' e drones do sul do Líbano contra o norte do país.
Ao fim de quase um ano de trocas de disparos e bombardeamentos entre Israel e as unidades do Hezbollah, as forças israelitas intensificaram os seus ataques em setembro do ano passado e invadiram o sul do Líbano.
Um acordo de tréguas alcançado a 27 de novembro suspendeu mais de um ano de hostilidades, incluindo dois meses de guerra aberta que enfraqueceu significativamente o Hezbollah, mas Israel continua a realizar ataques regularmente em território libanês.
O Líbano exige a retirada total de Israel do sul do país, considerando que a presença do seu Exército em cinco posições descritas como estratégicas constitui uma ocupação.
Israel argumenta que esta é uma "medida temporária até que as forças armadas libanesas sejam capazes de implementar plenamente o acordo".
O último conflito entre Israel e o grupo armado libanês apoiado pelo Irão matou mais de 3.800 pessoas no Líbano e deixou acima de 1,2 milhões de deslocados, segundo números das autoridades de Beirute.
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