G7 pede cessar-fogo permanente em Gaza e ajuda humanitária "sem entraves"

Os países do G7 pediram hoje um cessar-fogo permanente entre Israel e o grupo islamita Hamas e o reatamento da ajuda humanitária sem restrições ao território palestiniano, numa declaração final dos ministros dos Negócios Estrangeiros.

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© Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

Lusa
14/03/2025 16:25 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Ao fim de três dias de reunião em Charlevoix, no Canadá, os chefes de diplomacia do grupo das democracias mais industrializadas do mundo apelam também para a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas e à devolução dos corpos dos que se encontram mortos.

 

"Reafirmamos o nosso apoio à retoma da ajuda humanitária irrestrita em Gaza e a um cessar-fogo permanente", declaram os ministros dos países do G7 (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão).

Ao mesmo tempo, destacam "a necessidade imperativa de um horizonte político para o povo palestiniano", alcançado através de uma solução negociada com Israel, que "vá ao encontro das necessidades e aspirações legítimas de ambos os povos e promova a paz, a estabilidade e a prosperidade abrangentes no Médio Oriente".

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 exprimem, por outro lado, preocupação com as "crescentes tensões e hostilidades na Cisjordânia" e apelam para a contenção.

Reconhecendo a legitimidade de Israel se defender, de acordo com o Direito internacional, a declaração final da reunião do G7 dirige duras críticas ao Hamas, não só pelo seu ataque de 07 de outubro de 2023 que provocou o conflito, como pelos "danos infligidos aos reféns durante o seu cativeiro e pela violação da sua dignidade", apontando o exemplo das "cerimónias de entrega" durante a sua libertação.

"Reiteramos que o Hamas não pode ter qualquer papel no futuro de Gaza e nunca mais deverá ser uma ameaça para Israel", declaram os chefes de diplomacia, disponibilizando apoio para se envolverem com os parceiros árabes na reconstrução do território e "construir uma paz duradoura entre israelitas e palestinianos".

Em 02 de março, Israel anunciou a decisão de bloquear a entrada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, numa fase de desentendimentos com Hamas sobre a continuidade da implementação do acordo de cessar-fogo.

Uma nova ronda de negociações indiretas sobre o frágil cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro após 15 meses de guerra, teve início na terça-feira no Qatar, nas quais esteve presente Steve Witkoff, o enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Médio Oriente.

Segundo avançou a imprensa israelita na quinta-feira, a nova proposta, apoiada pelo enviado especial norte-americano, envolvia a libertação de cinco reféns vivos em troca de um cessar-fogo de 50 dias, durante os quais seriam realizadas negociações para a continuação do acordo.

O Hamas anunciou hoje que estava disposto a libertar um refém israelo-americano e a devolver os restos mortais de outras quatro pessoas de dupla nacionalidade, como parte do acordo.

A primeira fase do cessar-fogo terminou no dia 01 de março após 42 dias em vigor, mas Israel e o Hamas não chegaram a acordo sobre as etapas seguintes.

Desde então, Israel impôs um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano para pressionar o grupo islamita a aceitar um plano alternativo, que visava a libertação dos reféns restantes sem iniciar negociações para acabar com a guerra.

Na primeira fase, 33 reféns israelitas (oito dos quais mortos) foram entregues em troca de quase 1.800 prisioneiros palestinianos nas cadeias de Israel.

Permanecem ainda 59 reféns em posse do Hamas, dos quais Israel suspeita que 35 estejam mortos.

O Hamas atacou o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando 251.

Em resposta, Israel lançou um ataque em grande escala na Faixa de Gaza, matando mais de 48.000 pessoas, na maioria civis, segundo números das autoridades locais controladas pelo Hamas, destruindo a maior parte do enclave palestiniano, que está mergulhado numa grave crise humanitária

A declaração final da reunião do G7 tem também uma referência à Síria e ao Líbano, apoiando a integridade territorial dos dois países, que se encontram ocupados por Israel no sul dos seus territórios.

Mas envia uma mensagem para Damasco ao mencionar "a rejeição do terrorismo na Síria", com palavras de condenação à recente escalada de violência nas regiões costeiras do país, pedindo a responsabilização dos seus autores e proteção dos civis.

O G7 volta a colocar o Irão como "principal fonte de instabilidade regional" e que nunca deve ser autorizado a desenvolver e adquirir uma arma nuclear.

"Salientamos que o Irão deve agora mudar de rumo, acalmar a situação e escolher a diplomacia. Salientamos a ameaça do uso crescente de detenções arbitrárias e de tentativas de assassinato estrangeiras por parte do Irão como ferramenta de coação", afirmam ainda os ministros do grupo.

Leia Também: Israel acusa Hamas de "guerra psicológica" e de não ceder nas negociações

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