"Congratulamo-nos com a conclusão das negociações sobre o acordo de paz entre a Arménia e o Azerbaijão e aguardamos com expectativa a sua assinatura e ratificação. É um passo significativo no processo de normalização e um impulso para a segurança regional", afirmou hoje a porta-voz da NATO, Allison Hart, nas redes sociais.
O Azerbaijão e a Arménia definiram na quinta-feira as bases para um acordo de paz na sequência de negociações destinadas a resolver o conflito de décadas entre os dois países do Cáucaso, que travaram duas guerras entre si no enclave de Nagorno-Karabakh.
A NATO junta-se à celebração também expressa pela União Europeia (UE), que "se congratulou" com o pacto entre os dois países do Cáucaso, felicitando-os "pelo seu trabalho persistente neste sentido ao longo dos últimos anos, tanto a nível bilateral como com o envolvimento da comunidade internacional".
O acordo de paz entre a Arménia e o Azerbaijão sobre o território do Nagorno-Karabakh "está pronto para ser assinado" e os arménios estão prontos "para iniciar consultas com o Azerbaijão sobre a data e o local da assinatura", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros arménio na quinta-feira.
A fronteira arménio-azerbaijanesa de quase mil quilómetros não está delimitada devido ao conflito armado sobre o enclave de Nagorno-Karabakh, que eclodiu entre Yerevan e Baku após a queda da União Soviética, e resultou em duas guerras, a primeira das quais foi ganha pela Arménia (em 1994) e a segunda pelo Azerbaijão (2020), que reconquistou finalmente toda a região aos separatistas arménios em setembro de 2023, após uma ofensiva militar relâmpago, que forçou a fuga de quase toda a população de etnia arménia, cerca de 100.000 pessoas.
A Rússia, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos têm estado envolvidos em esforços de mediação em várias ocasiões.
As negociações bilaterais decorrem há vários anos e têm sido marcadas por períodos de progresso e de tensão.
O Azerbaijão, mais rico e mais bem armado do que o seu vizinho graças ao petróleo e à aliança com a Turquia, espera agora que a Arménia altere a Constituição, que faz referência à sua declaração de independência, um documento que menciona os pontos de vista de Erevan sobre Nagorno-Karabakh.
A Arménia já reconheceu a soberania do Azerbaijão sobre esta região montanhosa, que os dois países consideram central para a sua história.
Em 2024, a Arménia devolveu ao vizinho quatro aldeias fronteiriças que controlava há décadas, na sequência de um outro acordo sobre a demarcação da fronteira entre os dois países.
Desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia, uma potência regional tradicional, tem-se mantido largamente afastada do recente processo de aproximação.
Além disso, a Rússia mantém relações tensas com a Arménia, que acusa de não a ter apoiado contra o Azerbaijão, apesar da sua aliança militar. Por conseguinte, Erevan aspira a aderir à União Europeia.
As relações entre a Rússia e o Azerbaijão também têm estado num impasse desde dezembro de 2024, com Baku a acusar Moscovo de não reconhecer plenamente e de tentar encobrir o facto de a defesa antiaérea russa ter abatido por engano um avião azeri.
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