Aprovado na leitura final com 64 votos a favor dos deputados do partido no poder e sete contra, o texto pede ao Governo arménio que inicie o processo de adesão ao bloco europeu.
Há quase um ano e meio que esta antiga república soviética vem desafiando de várias maneiras a Rússia, um aliado histórico que lhe fornecia armas e ainda mantém uma base militar em território arménio.
A Arménia criticou Moscovo pela sua falta de apoio em relação ao Azerbaijão, que no outono de 2023 reconquistou à força a região azeri, de maioria arménia, de Nagorno-Karabakh, controlada por separatistas há três décadas.
Durante a ofensiva militar do Azerbaijão, as forças de manutenção da paz russas destacadas em Nagorno-Karabakh não intervieram para fazer respeitar o cessar-fogo acordado no final de 2020 entre Baku e Erevan, após uma guerra de seis semanas.
A reconquista de toda a região de Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão obrigou mais de 100.000 arménios a fugirem do território por medo de abusos. Desde então, o Governo de Erevan distanciou-se de Moscovo.
No final de janeiro de 2024, a Arménia aderiu oficialmente ao Tribunal Penal Internacional (TPI), apesar dos avisos de Moscovo, e é agora obrigada a prender o Presidente russo se este pisar em território arménio, ao abrigo de um mandado de detenção do TPI emitido contra Vladimir Putin em março de 2023.
Uma base militar russa permanente permanece em território arménio, em Gyumri, e Erevan continua a ser membro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OSTC), uma aliança militar liderada por Moscovo.
Em fevereiro de 2024, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, declarou que a Arménia tinha "na prática" congelado a sua participação nesta aliança. Em julho do mesmo ano, a Arménia realizaou exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.
Em março, a Arménia e o Azerbaijão anunciaram que tinham firmado um "acordo de paz" para resolver décadas de conflito.
O texto, resultado de negociações muito longas e complexas, sobretudo sobre a demarcação de fronteiras, ainda não foi assinado.
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