O piloto que foi resgatado com as filhas de um lago gelado no Alasca não estava autorizado a levar passageiros consigo, dado que a licença que tinha ainda era de aprendiz.
Segundo informou Mark Ward, um dos investigadores do Conselho Nacional dos Transportes, a Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration, FAA na sigla em inglês) abriu uma ação disciplinar contra o homem que pilotava o avião, John Morris Jr.
De acordo com o que é explicado, e citado pela CBS News, o piloto não está a cooperar com as autoridades, não revelando o que se passou durante o voo. A FAA adianta que o homem não atende as chamadas nem reportou o acidente, o que é preciso fazer num período de 24 horas, segundo o que escreve a imprensa.
A pilot and his two daughters are lucky to be alive after their plane crashed on an icy lake in Alaska, surviving the night outside in the elements before being rescued. https://t.co/ZhfdtsUSf0 pic.twitter.com/de1zI8X5wL
— AccuWeather (@accuweather) March 26, 2025
"A FAA disse-me que ele é um piloto estudante, não tinha pedido uma licença de piloto e parece que tem um historial de não cumprir" a regra de não ter passageiros, adiantou Ward, acrescentando: "Nesta altura, não sabemos se aterrou propositadamente ou devido a um procedimento de emergência, e não está a falar connosco."
O avião foi dado como desaparecido no domingo, perto do Lago Tustumena, na península de Kenai. O pai do estudante de piloto deu o alerta para o desparecimento e um das dezenas de pilotos que procuravam o homem conseguiram encontrá-lo, com as suas filhas, na asa do avião.
Ward explicou que parecia que o avião tinha aterrado perto de um glaciar no lago parcialmente congelado e tinha quebrado o gelo quando parou. Depois, aparentemente, começou a afundar-se. Não se sabe se o piloto aterrou intencionalmente no lago, pensando que o gelo era mais sólido do que era, ou se um problema mecânico forçou a aterragem do avião.
"Se for uma questão mecânica, tenho de ir buscar o avião e descobrir porque é que aconteceu", adiantou o responsável que está a investigar a situação à CBS News. Segundo o especialista foram mesmo as asas do avião, cobertas de lona ou tecido, que atuaram como um dispositivo de flutuação, impedindo a aeronave de se afundar completamente. "Foi isso que as salvou", disse.
Morris conseguiu tirar as raparigas do avião enquanto este se afundava lentamente, disseram as autoridades, e as roupas das raparigas estavam secas quando foram resgatadas. Mas Morris molhou-se e estava a sofrer de hipotermia quando as equipas de salvamento chegaram.
A FAA conseguiu, no entanto, falar com a mulher de Morris, que disse que ligaria à Administração Federal de Avião, mas, segundo o que adianta a CBS News, a organização ainda não recebeu notícias da família Morris.
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