Tanto a televisão pública KNR como o jornal digital Sermitsiaq, os dois únicos meios de comunicação social desta ilha ártica, anunciaram que Nielsen e os líderes dos outros três partidos - o socialista IA, o social-democrata Siumut e o liberal Attassut - apresentarão o novo governo em Nuuk, a capital da Gronelândia.
A apresentação do novo executivo, que reunirá 23 dos 31 lugares do parlamento, coincidirá com uma visita à ilha do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que se deslocará com a sua mulher à base norte-americana de Pituffik, situada no noroeste da ilha, 1.500 quilómetros a norte de Nuuk.
O vice-presidente dos EUA será acompanhado pela sua mulher, Usha Vance, que tinha previsto deslocar-se a Nuuk e assistir a uma popular corrida de trenós puxados por cães, o que foi entretanto cancelado.
A visita dos Vance gerou polémica com as autoridades dinamarquesas e gronelandesas, embora a alteração do programa tenha acalmado os ânimos.
Nielsen, cujo partido (Demokraatit) venceu as eleições legislativas do passado dia 11 com quase 30% dos votos, insistiu na necessidade de formar um governo o mais alargado possível e qualificou de "desrespeitosas" as palavras do Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o seu desejo de conquistar a Gronelândia, invocando razões de segurança internacional.
Recentemente, o futuro chefe do Governo da Gronelândia liderou uma manifestação em Nuuk contra as tentativas de Trump, que reuniu centenas de pessoas e terminou em frente ao consulado dos EUA.
O único partido que ficará de fora do executivo é o Naleraq, a segunda força nas eleições, com 24,5%, que defende a rápida independência da Gronelândia.
Embora o Naleraq também tenha assinado, há duas semanas, um manifesto com os restantes partidos, classificando as palavras de Trump como "inaceitáveis" e apelando ao respeito pelo Direito internacional, nos últimos dias distanciou-se dos restantes, depois de ter sido confirmado que abandonava as negociações governamentais.
O seu líder, Pele Broberg, criticou esta semana Nielsen e o Presidente em exercício, o socialista Múte B. Egede, por terem participado na manifestação e acusou-os de pintarem os EUA como o "inimigo".
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