O avião da companhia aérea estatal Conviasa chegou ao aeroporto internacional Simón Bolívar de Maiquetía - que serve Caracas - no estado costeiro do norte de La Guaira, onde o ministro do Interior, Diosdado Cabello, recebeu os repatriados, de acordo com imagens transmitidas pela estatal Venezolana de Televisión (VTV).
"Este voo traz 178 dos compatriotas que foram perseguidos nos Estados Unidos, que foram estigmatizados nos Estados Unidos", disse o governante, acompanhado pela chefe da missão 'Regresso à Pátria', Anahí Arizmendi.
Cabello insistiu que o governo norte-americano, juntamente com o governo salvadorenho, mantêm "um lote de venezuelanos reféns" no país centro-americano, referindo-se aos mais de 200 cidadãos deportados sob a acusação de serem supostamente membros da quadrilha Tren de Aragua, que nasceu numa prisão do país caribenho.
"Continuamos a exigir a libertação desses compatriotas que estão em El Salvador", disse Cabello, que confirmou que 'até hoje' não receberam 'uma única pessoa pertencente ao Tren de Aragua'.
O ministro afirmou que alguns dos imigrantes manifestaram a "preocupação" pelo facto dos familiares permanecerem em território norte-americano.
"O governo norte-americano divide as famílias, mutila as famílias", alertou o ministro, que também se queixou de que os deportados disseram ter sido 'algemados durante três dias' e revelou que as autoridades norte-americanas anunciaram que 223 pessoas chegariam neste voo - o oitavo desde fevereiro -, mas acabaram por chegar 178.
Com estes, já regressaram ao país, desde fevereiro, 1.296 venezuelanos, dos quais 190 foram recebidos inicialmente, 176 estavam na base militar norte-americana de Guantánamo, 242 provenientes do México, e ainda mais 311 do mesmo país, e, mais recentemente, 199 saíram do Texas e chegaram na madrugada da passada segunda-feira, depois de uma escala nas Honduras, segundo informação oficial.
Nicolás Maduro, que foi empossado para um terceiro mandato em janeiro, após a sua disputada reeleição no ano passado, denunciou esta semana que os migrantes venezuelanos no país norte-americano "estão a ser perseguidos, detidos, a desaparecer", e exigiu que os EUA respeitem os seus direitos humanos.
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