O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse que a agência verificou a morte de 413 civis e mais de 2.000 feridos desde janeiro -- mesmo enquanto decorriam as negociações para um cessar-fogo - e que mais de 30 civis foram mortos e 200 feridos em apenas uma semana, ainda este mês.
Desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022, mais de 12.700 civis foram confirmados como mortos e mais de 30.000 feridos.
Turk denunciou que o crescente uso de 'drones' de combate de curto alcance por ambos os lados do conflito é particularmente alarmante, contribuindo para o aumento do número de mortos.
Desde dezembro passado, estes 'drones' causaram mais mortes e ferimentos entre civis do que qualquer outro armamento.
Na apresentação de um relatório perante o Conselho dos Direitos Humanos, onde compareceu para discutir a situação recente na Ucrânia, o Alto Comissário disse que a agência verificou a morte de 669 crianças e mais de 1.800 feridas, reportando ainda que 2,4 milhões de crianças foram deslocadas das suas casas.
No documento são assinalados casos de violência extrema contra crianças em territórios ocupados pela Rússia, confirmando também as execuções sumárias de sete menores , além de casos de detenção arbitrária, tortura e abuso, incluindo violência sexual.
O organismo da ONU reuniu também provas de que pelo menos 200 crianças foram transferidas à força para território russo ou para zonas ocupadas da Ucrânia, onde não têm permissão para falar ucraniano nas escolas e são forçadas a participar em formações patrióticas e militares pró-Rússia.
De acordo com a agência da ONU, a população dos territórios ocupados está a ser coagida a obter a cidadania russa, sem a qual, desde 01 de janeiro, ficam privados de quaisquer benefícios sociais a que tinham direito.
Além disso, a Rússia decretou na semana passada que os cidadãos ucranianos no país, ou nos territórios que este ocupa na Ucrânia, devem sair até 10 de setembro, a menos que tenham legalizado a presença ao abrigo da lei russa.
Leia Também: Guterres frisa que Governo de Zelensky "é legítimo e deve ser respeitado"