Um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter provocou na sexta-feira vítimas mortais e o colapso de vários edifícios e monumentos em Myanmar, no Sudeste Asiático.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o sismo foi sentido pelas 12h50 (hora local, 06h20 em Lisboa) na região de Sagaing, um dos mais importantes bastiões dos rebeldes, onde, nos últimos anos, os guerrilheiros têm ganho território aos militares.
O exército declarou estado de emergência em Sagaing, Mandalay, Magway, Shan, Naypyidó e Bago, áreas onde se têm vindo a registar confrontos.
Em Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país, foram contabilizados 1.002 mortos, 2.376 feridos e 30 desaparecidos.
Contudo, estes números refletem apenas as primeiras contagens, o que significa que o número de vítimas poderá ainda ser superior, conforme alertaram as autoridades locais.
"A situação em Mandalay é muito difícil. Não sabemos o número exato de mortes, mas Mandalay acolhe muitos deslocados de outras regiões", afirmou o chef militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, citado pela agência EFE.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3,5 milhões de pessoas estão deslocadas em Myanmar, onde o exército não controla parte do território.
O relator da ONU para o país, Tom Andrews, avisou que o exército prioriza as áreas que controla no que se refere à distribuição da ajuda e pediu a intervenção da comunidade internacional.
A ONU vai mobilizar cinco milhões de dólares (cerca de 4,6 milhões de euros) para apoiar o trabalho humanitário na região, enquanto a União Europeia vai avançar com 2,5 milhões de euros.
Por sua vez, a China anunciou hoje que vai apoiar Myanmar com 100 milhões de yuans (cerca de 13 milhões de euros), através do envio de equipas, materiais e alimentos.
O sismo foi registado às 06:20 (hora de Lisboa). Ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros (km), com epicentro a cerca de 17 km de Mandalay, a segunda cidade de Myanmar, com 1,2 milhões de habitantes, e 270 km a norte da capital Naipidau.
Em Banguecoque, a milhares de quilómetros de distância, também há registo de mortos e vários feridos. O sismo foi igualmente sentido com intensidade em várias cidades do sul da província chinesa de Yunnan, embora até agora os danos registados tenham sido pouco significativos.
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