Oposição turca recolhe assinaturas para libertar candidato presidencial

O partido social-democrata CHP, o maior da oposição turca, vai recolher assinaturas porta a porta a exigir a libertação do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, suspenso do cargo e preso desde domingo, foi hoje anunciado.

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Lusa
29/03/2025 16:45 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Turquia

"A partir de amanhã, começando pela cidade natal de Ekrem, Trabzon, vamos lançar a maior campanha de recolha de assinaturas do mundo", anunciou o líder do CHP, Özgür Özel, durante uma manifestação com centenas de milhares de pessoas na esplanada de Maltepe, em Istambul.

 

O protesto, convocado há dias, visa apoiar Ekrem Imamoglu como adversário do atual Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nas próximas eleições, previstas para 2028, mas que o CHP pede que sejam antecipadas.

"Durante oito dias, vamos andar de casa em casa a pedir assinaturas para a libertação de Ekrem e para pedir eleições antecipadas", disse Özel aos seus apoiantes, que se juntaram em Maltepe durante toda a manhã.

O número de manifestantes ultrapassou os 200 mil e poderá aproximar-se dos 250 mil, de acordo com as avaliações das imagens aéreas referida pela agência noticiosa espanhola EFE.

O encontro é a continuação dos protestos que nos últimos dias se têm realizado todas as noites em frente à Câmara Municipal de Istambul, em Saraçhane, apoiados por numerosas manifestações no resto do país.

O Ministério Público acusa Imamoglu - detido preventivamente no domingo - de corrupção, suborno, manipulação de concursos públicos municipais e colaboração com o terrorismo, esta última em referência a um acordo pré-eleitoral com o DEM, o partido de esquerda pró-curdo, a terceira maior força no parlamento.

A oposição considera, no entanto, que se trata apenas de um pretexto para afastar da corrida política o popular presidente da câmara, que venceu as eleições de Istambul em 2019 e renovou o seu mandato em março de 2024, com um milhão de votos de vantagem sobre o partido islamita AKP, de Erdogan.

O CHP queixa-se de que os grandes jornais e estações de televisão ignoram a oposição e apenas transmitem a opinião do Governo, e apelou ao boicote destes órgãos.

A manifestação de hoje, apesar de ser uma das maiores das últimas décadas, não foi coberta em direto por várias grandes cadeias de televisão, que apenas publicaram breves notícias após o fim da concentração, por volta das 17:00 (14:00 GMT).

O presidente do Conselho de Radiodifusão Turco (RTÜK), Ebubekir Sahin, respondeu que "atacar os meios de comunicação social e apelar a um boicote é, no mínimo, pressão e opressão".

"Transmitir estas declarações no ecrã, em direto ou não, destacando-as com legendas, é um crime", acrescentou.

A RTÜK, um organismo público, já sancionou várias emissoras da oposição na quinta-feira por terem transmitido em direto um discurso de Özel em que o opositor apelava ao boicote de certas marcas.

Desde o início dos protestos, a polícia deteve cerca de 1.900 pessoas em manifestações ou em rusgas às suas casas, acusadas de envolvimento nos protestos.

O Ministério do Interior proibiu todas as manifestações em Istambul e em várias outras cidades, mas a concentração de hoje na esplanada de Maltepe teve a sua autorização, segundo o CHP.

Leia Também: Milhares na manifestação contra Erdogan e a favor de rival detido

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