Youssouf falou com Guterres e apelou à "calma, cessar-fogo e diálogo" naquele país africano, tal como fez o Conselho de Paz e Segurança da União Africana no passado dia 18.
O presidente da Comissão da UA e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) "concordaram em coordenar os esforços entre a UA, a IGAD [Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento] e a ONU", referiu a organização continental na sua conta da rede social X, sem especificar a data da conversa entre os dois responsáveis.
Youssouf e Guterres, acrescentou, reafirmaram o seu apoio ao Acordo de Paz Revitalizado de 2018 e exortaram todas as partes a "honrarem os seus compromissos para com ele como o melhor mecanismo para uma paz duradoura" no Sudão do Sul.
A mais recente onda de instabilidade no país começou em 04 de março quando o Exército Branco, originalmente alinhado com o Movimento de Libertação do Povo do Sudão em Posição (SPLM-IO), da oposição, tomou uma guarnição do Exército do Sudão do Sul na cidade de Nasir, no norte do país, e raptou os seus soldados.
A Conferência dos Bispos Católicos do Sudão do Sul e do Sudão apelou hoje à paz e advertiu que a violência crescente e a turbulência política ameaçam anular anos de frágil progresso.
Os bispos condenaram os combates, a recente detenção de líderes políticos, incluindo a prisão do vice-presidente e líder da oposição Riek Machar, e a crescente deslocação de civis.
O Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão em 2011, sofreu uma guerra de cinco anos que matou cerca de 400 mil pessoas e terminou com um acordo de paz em 2018, um pacto que serviu para partilhar o poder entre o governo e a oposição, mas cujas principais disposições nunca foram implementadas.
O exército sudanês declarou hoje que tinha recuperado o controlo de um grande mercado em Omdourman, uma cidade perto da capital Cartum, de onde os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) tinham efetuado ataques contra ele.
Este anúncio surge depois de o exército ter afirmado, na quinta-feira, ter recuperado o controlo total de Cartum, após quase dois anos de guerra contra os paramilitares.
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