A denúncia partiu da CEAS-Sahara, que reúne mais de 200 organizações de apoio ao povo saraui, e está a ser divulgada pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo a organização, Jesús Maestro e Rosa Fernández, dois ativista espanhóis membros da Associação Um Draiga, Amigos do Povo Saharaui em Aragão (que pertence ao coletivo CEAS-Sahara), deslocaram-se até ao Saara Ocidental acompanhados pela jornalista Gara Santana Suárez, do jornal Canarias Ahora/ElDiario.es.
O CEAS-Sahara explica em comunicado que a equipa queria observar "a situação dos direitos humanos" na antiga colónia espanhola, mas também "denunciar a pilhagem dos recursos naturais levada a cabo por empresas europeias".
Os três espanhóis chegaram a Aaiun, capital do Saara Ocidental, num voo proveniente das Ilhas Canárias, mas foram impedidos de sair do avião e obrigados a regressar no mesmo voo.
Este não é um caso isolado, já que no início do mês, a 02 de março, as autoridades marroquinas expulsaram também um responsável pelas relações externas da Confederação Geral do Trabalho (CGT) espanhola, David Blanco, após uma breve visita à cidade de Dakhla, no extremo sul do território.
Poucos dias antes, a 20 de fevereiro, as autoridades tinham também impedido uma delegação de deputados europeus, composta pela deputada portuguesa Catarina Martins, a espanhola Isa Serra e pelo finlandês Jussi Saramo, de entrar em Aaiun por via aérea.
A tentativa dos três eurodeputados foi então descrita pelo ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Naser Burita, como "provocações que não têm qualquer impacto em Marrocos".
Poucos dias depois, o Governo tentou justificar estes atos: "Tal como noutros países do mundo, qualquer visita a Marrocos, seja oficial, turística ou para missões específicas, está sujeita a procedimentos organizacionais claros num quadro regulamentado, em conformidade com as leis em vigor. Qualquer pessoa que respeite estas regras é bem-vinda. Aplicaremos a lei a quem tentar infringi-la", afirmou Burita numa conferência de imprensa.
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