Médicos Sem Fronteiras acusa Israel de bloquear acesso a água em Gaza

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou esta terça-feira Israel de bloquear o acesso a água na Faixa de Gaza, apontando a medida como "mais uma arma de guerra" contra a população de Gaza.

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Lusa
08/04/2025 13:47 ‧ há 5 dias por Lusa

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Médio Oriente

"Esta nova onda de bombardeamentos matou milhares de pessoas em menos de um mês. E, entretanto, as forças israelitas continuam a privar a população de Gaza de água, cortando a eletricidade e bloqueando a entrada de combustível, dois recursos essenciais para as infraestruturas hídricas, incluindo para as bombas de água", disse a coordenadora de água e saneamento da MSF em Gaza, Paula Navarro, citada em comunicado.

 

Desde que Israel fechou as passagens fronteiriças, a 02 de março, dois dias após o fim da primeira fase do cessar-fogo, a entrada de combustível foi restringida, afetando as bombas de água e as centrais de dessalinização do enclave.

Isto obrigou as famílias a caminhar longas distâncias até aos poucos tanques disponíveis para encher bidões e obter entre 12 e 16 litros de água para sobreviver.

Além disso, no passado fim de semana, as autoridades locais da capital da Faixa de Gaza alertaram que o oleoduto 'Mekorot', que fornece água a 70% da população, deixou de funcionar na passada quinta-feira.

"Se o combustível acabar", alerta a MSF, "o que resta do sistema de abastecimento de água entrará em colapso total, com consequências desumanas para os milhões de pessoas que continuam retidos em Gaza".

Esta falta de água tem também consequências para a saúde, o que é demonstrado nos centros de cuidados de saúde primários de Al-Mawasi e Khan Yunis, onde as três condições mais comuns tratadas pela MSF (icterícia, diarreia e sarna) são diretamente causadas pelo fornecimento insuficiente de água potável.

"Para aqueles que suportaram bombardeamentos implacáveis durante um ano e meio, ter de beber água contaminada ou simplesmente não ter água suficiente só agrava ainda mais o sofrimento", sublinhou a representante da MSF.

A coordenadora da equipa médica da MSF em Gaza, Chiara Lodi, acrescentou ainda que "além de tratar adultos e crianças com ferimentos graves de guerra, a equipa está a tratar um número cada vez maior de crianças com doenças de pele completamente evitáveis, como a sarna, que não só é desagradável e desconfortável, como, em casos graves, pode fazer com que cocem a pele até sangrar, o que pode levar a infeções e cicatrizes permanentes".

Por isso, a organização médico-humanitária apelou ao fim dos bombardeamentos, ao restabelecimento do cessar-fogo e ao restabelecimento da ajuda, incluindo com combustível, água e material médico.

"A MSF apela às autoridades israelitas para que levantem o cerco desumano a Gaza, respeitem o direito internacional humanitário e assumam as suas responsabilidades como potência ocupante, garantindo o acesso imediato e irrestrito de ajuda humanitária à Faixa de Gaza", afirmou a organização internacional.

Leia Também: Milhares de egípcios exigem ajuda a Gaza durante visita de Macron

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