ACNUR descreve Francisco como "defensor da dignidade dos refugiados"

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lamentou "profundamente" a morte do Papa Francisco e descreveu-o como um defensor incansável da dignidade dos refugiados.

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© Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images

Lusa
21/04/2025 23:05 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Papa Francisco

"O Papa Francisco foi um defensor incansável dos direitos e da dignidade dos refugiados, migrantes e pessoas deslocadas à força em todo o mundo. Ele defendeu e manifestou-se incansavelmente em nome das vítimas da guerra e daqueles que foram forçados a fugir das suas casas", indicou hoje a agência num comunicado.

 

Nesse sentido, o ACNUR enfatizou que o Papa colocou o foco do mundo sobre as tragédias humanas que se desenrolam "nas fronteiras da Europa e nas mais distantes".

"Ouvindo em primeira mão os refugiados em Lampedusa, Grécia, Chipre e outros lugares, fez um apelo poderoso à comunidade internacional para não virar as costas a quem foi forçado a fugir", salientou o ACNUR, que também observou que o Papa argentino manteve um firme compromisso com a paz do Médio Oriente à Colômbia, Ucrânia, República Centro-Africana, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e antiga Birmânia.

O ACNUR descreveu o Papa Francisco como um "líder moral compassivo e corajoso" e enviou as suas condolências aos católicos de todo o mundo e a todos aqueles que lamentam a perda de um líder espiritual.

A firme defesa de refugiados e migrantes por parte de Francisco durante o seu pontificado causou atritos com a União Europeia e, particularmente, com o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como quando advogou que construir um muro entre os EUA e o México para conter a migração "não é cristão".

Também a Organização Internacional para as Migrações (OIM) expressou hoje o seu profundo pesar pela morte do Papa Francisco, "cujo pontificado foi caracterizado por uma liderança moral inabalável na defesa da dignidade humana e dos direitos dos migrantes e pessoas vulneráveis".

Num comunicado, esta agência das Nações Unidas lembrou que, desde o início do seu papado, o pontífice "colocou a migração no centro da sua missão".

"A sua primeira viagem fora de Roma, em 2013, levou-o a Lampedusa, onde prestou homenagem aos migrantes que perderam as suas vidas cruzando o Mediterrâneo, e lá denunciou o que chamou de 'globalização da indiferença', pedindo ao mundo que não desvie o olhar do sofrimento humano", lembrou a OIM.

"O seu profundo compromisso para com as realidades das pessoas em movimento deixou uma marca indelével nos esforços globais para promover uma migração segura, digna e humana", enfatizou a organização sediada em Genebra.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer. O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.

Portugal decretou três dias de luto nacional.

Leia Também: Patriarca Ortodoxo agradece a "irmão" Francisco aproximação de Igrejas

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