Em comunicado, o Departamento de Estado norte-americano refere que a recompensa é oferecida "por informações que levem à detenção e/ou condenação, em qualquer país, de Yulan Adonay Archaga Carías, conhecido por 'Porky', e de 'Alexander Mendoza', líder da MS-13 nas Honduras".
Archaga Carías, acrescentou, "é responsável pela direção das actividades criminosas do bando, como o tráfico de droga, o branqueamento de capitais, os assassínios, os raptos e outros crimes violentos com metralhadoras", além de figurar na lista dos fugitivos mais procurados pela agência anti-narcotráfico DEA.
Fundada em Los Angeles nos anos 80 por emigrantes salvadorenhos, a MS-13 (Mara Salvatrucha) foi declarada a 20 de fevereiro pelo governo dos Estados Unidos como Organização Terrorista Estrangeira (FTO) e Terrorista Global Especialmente Designada (SDGT), juntamente com seis cartéis mexicanos e o gangue venezuelano Tren de Aragua.
Com presença e origens em El Salvador, Honduras e Guatemala, esta organização está sancionada pelo Tesouro dos Estados Unidos desde 2012, durante a presidência de Barack Obama (2009-2017).
A Administração de Donald Trump tem vindo a deportar migrantes sul-americanos, sobretudo para El Salvador, acusando-os de pertencerem a gangues.
O chefe de Estado republicano invocou uma lei de 1789 - conhecida como Alien Enemies Act [AEA, Lei dos Inimigos Estrangeiros] - para justificar as expulsões dos migrantes venezuelanos, acusando-os de fazerem parte do Tren de Aragua.
O recurso do Governo norte-americano a esta lei, invocada no passado apenas em tempo de guerra, provocou uma onda de críticas da oposição democrata e de juristas, que alegam ter criado uma crise constitucional.
A Administração Trump chegou a um acordo com o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, para poder enviar os imigrantes detidos nos Estados Unidos para o CECOT, uma mega-prisão famosa por alegadas violações dos direitos humanos.
Como parte do acordo, cujos pormenores específicos não são conhecidos, Washington apoiará o sistema prisional de El Salvador com 6 milhões de dólares (5,28 milhões de euros) por ano.
No total, os Estados Unidos enviaram para aquela prisão mais de 200 imigrantes, na sua maioria venezuelanos, acusando-os de pertencerem ao Tren de Aragua.
No entanto, de acordo com uma análise publicada na semana passada pelo portal Bloomberg, 90% dos mais de 200 homens que os EUA enviaram para a prisão no país centro-americano não têm registo criminal nos Estados Unidos.
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos bloqueou das deportações de venezuelanos para El Salvador, decisão de que o governo já recorreu no sábado.
O recurso, assinado pelo Procurador-geral dos Estados Unidos, John Sauer, pede ao Supremo Tribunal que autorize a retoma dos voos de deportação para o país centro-americano e que permita também que os tribunais inferiores resolvam o caso.
Pouco depois da meia-noite de sexta-feira, o Supremo Tribunal respondeu a uma providência cautelar da União Americana das Liberdades Civis (ACLU), que pedia o impedimento urgente de uma transferência "iminente" de migrantes venezuelanos para El Salvador a partir de um centro de detenção no Texas.
A ACLU alegou que a Administração de Donald Trump estava a violar uma decisão judicial anterior do próprio Supremo, ao querer retirar os homens sem lhes dar "tempo razoável" para defenderem os seus casos perante a Justiça dos Estados Unidos.
Leia Também: Trump anuncia que vai comparecer no funeral de Francisco