"Neste momento de crise, vale a pena ter uma Europa fiável e previsível. Já temos a maior rede de acordos de comércio livre, com 76 países em todo o mundo. Agora, o mundo do comércio está a virar-se para nós", disse Ursula von der Leyen, no discurso no congresso do Partido Popular Europeu (PPE), a decorrer em Valência.
A responsável lamentou que décadas de comércio global, que permitiram um ambiente de prosperidade, tenham sido interrompidas pela "política tarifária imprevisível do Governo dos Estados Unidos" e avisou que estas taxas afetarão sobretudo os cidadãos mais vulneráveis e todas as empresas, independentemente da dimensão.
"Mais incerteza, rutura das cadeias de valor, burocracia pesada. Não podemos nem devemos permitir que isto aconteça. Devemos insistir nas nossas políticas de mercados abertos, comércio vantajoso para todos e parcerias de investimento comerciais livres e justas", argumentou Von der Leyen, perante os colegas do PPE.
A presidente da Comissão Europeia lembrou os acordos comerciais que a UE concluiu, desde o ano passado, "do Mercosul ao México e à Suíça", e assegurou que esta estratégia continua com a Índia, a Indonésia, os Emirados Árabes Unidos, as Filipinas e a Malásia, entre outros.
"Todos querem fazer acordos connosco porque somos justos, fiáveis e seguimos as regras. Vamos manter este rumo, serenos e unidos, porque é isso que somos, é assim que a Europa negoceia", disse a líder europeia.
Para Von der Leyen, este deve ser o momento para a Europa defender os seus pontos fortes e valores.
"Não invadimos os nossos vizinhos nem os castigamos. Pelo contrário, há 12 países ansiosos por se tornarem membros da UE", disse Von der Leyen, referindo as nações que mostraram intenções de aderir ao bloco comunitário.
No discurso, von der Leyen referiu-se ainda à recente proposta da UE para uma nova diretiva comunitária que visa endurecer a política de migração e lembrou os esforços para aumentar o investimento na defesa e na segurança.
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