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FARC confirmam sequestro de general na Colômbia

A guerrilha das FARC confirmou hoje que mantém sequestrado desde domingo o general Rubén Darío Alzate e dois acompanhantes no nordeste da Colômbia, uma ação que implicou a suspensão do atual processo de paz pelo governo de Bogotá.

FARC confirmam sequestro de general na Colômbia
Notícias ao Minuto

16:43 - 18/11/14 por Lusa

Mundo Guerrilha

Em comunicado, o Bloque Iván Ríos, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Popular (FARC-EP) indica que "no exercício das suas atividades de segurança, intercetaram, num dos postos móveis que mantêm" o general Alzate, o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego na remota localidade de Las Mercedes, departamento de Chocó.

"Após serem identificados, e apesar de envergarem roupas civis, os três foram capturados pelas nossas unidades por se tratar de pessoal inimigo que se desloca, em exercício de funções, numa área de operações de guerra", precisa o comunicado da guerrilha.

Na sequência do sequestro, o Presidente colombiano Juan Manuel Santos ordenou na segunda-feira a suspensão das conversações de paz entre o Governo e as FARC que decorrem em Cuba e iniciadas em novembro de 2012.

Apesar de considerarem "serem grandes as contas pendentes do general Alzate para com a justiça popular", os responsáveis desta unidade da guerrilha asseguram que será respeitada "a vida e a integridade física e moral" dos prisioneiros, e asseguram estar "plenamente dispostos a garanti-lo até onde for permitido pelo que designam de "fúria estatal".

O comunicado acrescenta que qualquer decisão sobre o destino dos detidos está dependente "das decisões adotadas pelas instâncias superiores das FARC-EP".

O Bloco Iván Ríos recorda que as operações militares contra a guerrilha prosseguem em todo o país, após o governo colombiano ter recusado a proposta de um cessar-fogo bilateral na sequência do início das conversações de Havana, e asseguram que pretendem a paz.

"Sem um cessar-fogo bilateral, aquilo a que o Presidente [Juan Santos] designa por regras do jogo não podem ser apenas utilizadas pelas forças do Estado", adianta a guerrilha, numa referência ao prosseguimento das operações militares e policiais.

Em Havana, um membro da delegação da rebelião às conversações de paz manifestou em paralelo o desejo de "resolver o impasse" suscitado pela suspensão do diálogo com o Governo após o sequestro do general.

"Desejamos que este impasse seja resolvido o mais cedo possível para que o processo de paz continue a avançar sem sobressaltos até um acordo final", referiu Pastor Alape, ao citar um comunicado da sua formação.

Em Bogotá, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CIRC) assegurou ainda hoje que está preparado para mediar a libertação do general Alzate, ao sublinhar a "experiência" da organização para este género de situações, onde os "protocolos" já estão ativados.

Na segunda-feira, e após ter optado pela suspensão das conversações em Cuba, o Presidente Juan Manuel Santos disse que o prosseguimento dos diálogos de paz "está nas mãos das FARC".

O chefe de Estado colombiano enviou ainda o seu ministro da Defesa para o isolado departamento de Chocó, onde vai conduzir as investigações sobre o sequestro.

"O compromisso das FARC [com as conversações de paz] está agora em jogo", avisou Santos. "A forma como agora decidirem atuar vai determinar se podemos prosseguir na direção do fim do conflito, e da reconciliação", sublinhou.

Já a ex-candidata à presidência da Colômbia Íngrid Betancourt, que esteve sequestrada durante seis anos pelas FARC, considerou em declarações aos 'media' que a ordem para capturar o general Rubén Alzate não foi ordenada pela liderança da guerrilheira mas por membros do grupo armado que atuam individualmente.

"É muito provável que o sequestro de Alzate tenha sido decisão de um responsável guerrilheiro sem ter em conta os altos comandos das FARC", disse Betancourt, que esteve sequestrada entre 2002 e 2008 nas selvas do sul da Colômbia.

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