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Confrontos na noite de abertura do La Scala

A glamorosa festa de abertura de temporada no famoso La Scala, casa de ópera de Milão, ficou hoje marcada por confrontos entre a polícia de choque e manifestantes anti austeridade, dos quais resultaram dois feridos entre a força policial.

Confrontos na noite de abertura do La Scala
Notícias ao Minuto

21:40 - 07/12/14 por Lusa

Mundo Milão

Cerca de 300 manifestantes com faixas em que se podiam ler frases como "lutar contra o poder" e "nós resistimos", atiraram 'cocktails Molotov' contra a polícia de intervenção em frente ao La Scala, onde o diretor musical Daniel Barenboim estava a lançar a sua última noite de abertura de época.

Dois polícias sofreram ferimentos durante os confrontos com os manifestantes, que protestavam contra a austeridade no país, que se encontra em recessão, exigindo o direito à habitação social.

A peça de abertura de temporada, 'Fidelio', marca o fim do percurso de nove anos em que Barenboim liderou a prestigiada casa de ópera, que data do século XVIII contou com a participação de figuras ilustres do mundo da moda, coristas e líderes políticos, conforme relatou a agência de notícias francesa AFP.

O presidente da Câmara de Milão, Francesco Paolo Tronca, que era um dos convidados, criticou o designou como "inaceitáveis protestos violentos contra a polícia" e lamentou o "sequestro de eventos culturais que servem para dar força e valorizar a cidade" italiana.

O presidente da região de Lombardia, onde se situa Milão, Roberto Maroni, realçou que os protestos foram "uma maneira de estragar a festa".

E acrescentou: "Nós apresentamos sempre a pior imagem de nós próprios para o mundo. A noite de abertura do La Scala é um espetáculo único e até isso conseguimos arruinar".

Já o ex-ministro do Desenvolvimento Económico, Corrado Passera, considerou que "existe um nível tão elevado de necessidade nalgumas franjas da população que é errado ficar zangado com aqueles que protestam".

O motim ensombrou uma temporada de ópera que já estava desassossegada depois do líder do Teatro da Ópera de Roma, Riccardo Muti, ter abandonado o cargo entre dificuldades burocráticas de financiamento e ameaças de greves.

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